Projeto da Embrapa Estimula Plantio de Araucárias em Estradas.

Um projeto desenvolvido no sul do Brasil estimula o plantio de araucárias na beira da estrada para embelezar a paisagem. Essa prática é uma forma de ajudar na preservação da espécie e de dar renda ao pequeno produtor.

A araucária é uma árvore imponente, que dá para conhecer de longe, principalmente pelos galhos que se esticam para o lado, deixando a copa em forma de taça.

Uma estrada pode passar despercebida quando apenas cumpre a função de ligar um ponto a outro. Agora, quando nas suas margens existem árvores gigantes como as araucárias, essa mesma estrada se transforma em alameda. Com isso, agrada aos olhos de quem passa por ela, proporcionando um deslocamento bem mais prazeroso.

 

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Foi atrás desse cenário que a Embrapa Florestas lançou o projeto estradas com araucárias, já presente em pequenas propriedades de Santa Catarina e do Paraná. No município de Fernandes Pinheiro, o agricultor Darci Pires e o filho Éder tiraram o dia para o plantio das primeiras mudas nas suas terras. O plantio da araucária pode ser feito com mudas já formadas ou com o próprio pinhão, que é a semente da árvore.

Mesmo desativada para o trânsito de veículos, a alameda que serviu de inspiração para a criação do projeto do agrônomo da Embrapa Edilson Batista chama atenção das pessoas que circulam pela zona rural do município de Colombo. “A araucária é a espécie símbolo do estado do Paraná. É uma espécie ameaçada de extinção. A gente coloca a cada cinco metros uma araucária. Então, são 200 araucárias por quilômetro. Isso daria em torno de quatro hectares de floresta nativa”, diz.

Em quatro anos, o projeto Estradas com Araucárias se espalhou ao longo de cem quilômetros, se somados todos os trechos onde foi feito o plantio nos estados do Paraná e em Santa Catarina. Muitas árvores ainda estão com cerca de 60 centímetros. A ideia é dobrar o número de produtores até 2018, passando de 65 para 130.

O projeto tem a ajuda de patrocínio de empresas como a transportadora DSR, que financia os agricultores para fazer a compensação ambiental de parte da poluição emitida pelos seus caminhões, que consomem 1,2 milhão de litros de diesel por mês.

“Nós emitimos em torno de 0,00264 toneladas de CO2 por litro de diesel. Então, isso dá um volume bastante razoável de emissão. Nos 500 caminhões nós estamos falando de 30 mil toneladas de CO2 emitidos. Nossa meta de compensação é de 15%. Mas hoje nós estamos em torno de 8% a 10% de compensação”, diz Paulo Caffeu, direto executivo da transportadora.

A decisão de apoiar o projeto tem relação com a postura atual de alguns clientes, que, cada vez mais, levam em conta o respeito ao meio ambiente na hora de fechar negócio. Para cada araucária plantada a transportadora paga R$ 5 ao ano. Os agricultores se comprometem com o plantio de 200 árvores por propriedade. O plantio dá um incremento de R$ 1 mil na renda anual de pequenos produtores como Ivalmor Caranhato, que trabalha multiplicando caixas de abelhas nativas, daquelas sem ferrão, que produzem um mel especial.

As araucárias plantadas pelo produtor estão hoje com três anos. Quando as árvores começarem a dar pinhão, o agricultor deixa de receber o patrocínio do projeto. “A ideia é que esse produtor seja remunerado por volta de 15 a 18 anos. Aí essa araucária vai estar produzindo pinhão e esse proprietário vai poder estar comercializando esse pinhão”, diz Carlos Henrique Nauick, agrônomo da Unicentro.

Como o projeto se desenvolve nas margens das estradas, é preciso respeitar algumas orientações na hora do plantio. “Sempre fora da faixa de domínio das estradas. Essa faixa de domínio é constituída pela pista, acostamento e área de escape. Ela tem que ser plantada dentro da propriedade”, explica Edilson Batista, agrônomo da Embapra.

O agricultor Anselmo Bello Andrade fez o plantio das araucárias através de sementes. Em algumas covas nasceu mais de um pé. Hoje, o agricultor faz o raleio, tirando as mais fracas e deixando as mais fortes.

O plantio de araucárias não é novidade na propriedade do agricultor Anselmo Bello Andrade. Há 35 anos atrás, ele semeou árvores que hoje produzem o pinhão para a família. Parte do material usado para construir a varanda no fundo da casa foi comprado com o ganho das araucárias que o agricultor plantou na beira da estrada.

O lazer de hoje é comer os pinhões que acabaram de sair do fogo. Daqui a algum tempo, a produção virá das araucárias plantadas na beira da estrada, que, além de dar renda à família, prometem embelezar a paisagem.

 

 

FONTE: G1

 

 

 

 

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