Florestas brasileiras são preservadas por meio do agronegócio
Entre as estratégias está a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Em 2018, o agronegócio brasileiro deve crescer 3,17% em PIB-volume, conforme dados do primeiro trimestre analisados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Dentro do objetivo de tornar o país o maior produtor mundial de alimentos do mundo, diversas estratégias são desenvolvidas por pesquisadores e especialistas no campo. Uma delas é a Integração Lavoura – Pecuária – Floresta (ILPF), que vem ganhando atenção na mídia por contribuir para os bons resultados no agronegócio e ter um viés sustentável.
A integração da agricultura, pecuária e floresta consiste, basicamente, na rotação, consórcio ou sucessão de diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área. Uma das vantagens é que o sistema pode ser adotado por pequenos, médios e grandes produtores com inúmeras culturas e diversas espécies de animais. A prática otimiza e intensifica a ciclagem de nutrientes no solo, melhora o bem-estar animal em decorrência do conforto térmico e ainda contribui na geração de empregos diretos e indiretos.
Para escolher melhor estratégia a ser utilizada nesse sistema, é importante levar em consideração as características da região e da propriedade, como proximidade de mercado, logística, relevo, clima, aptidão da propriedade, maquinário disponível. Por meio da ILPF, também são atendidos os três pilares da sustentabilidade: ser economicamente viável, ambientalmente adequado e socialmente aceito.
Segundo especialistas, a ILPF tem sido uma alternativa econômica e sustentável para elevar a produtividade de áreas degradadas. Com a integração é possível reduzir o uso de agroquímicos, ter uma abertura de novas áreas para fins agropecuários e aumentar o passivo ambiental. Ao mesmo tempo, a biodiversidade é aumentada e há melhor controle dos processos erosivos por conta da manutenção da cobertura do solo.
Estatísticas
O Ministério da Agricultura espera que até 2020 haja um aumento de área de florestas, passando de seis milhões de hectares para nove milhões de hectares. Isso poderá reduzir a emissão de oito a dez milhões de toneladas de CO2 equivalentes no decênio. Segundo a pesquisa encomendada pela Rede ILPF, o Brasil já cumpriu há três anos a meta estipulada pelo Plano ABC em 2009, de aumentar em 4 milhões de hectares a área com ILPF até 2020. Com o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, ratificado pelo governo brasileiro em 2016, mais 5 milhões de hectares foram adicionados à meta, com previsão de ser atingida até 2030.