Ficção científica? Projeto de cidade flutuante desperta atenção da ONU

Cidade ecológica supostamente à prova de desastres desponta como ferramenta potencial contra extremos do clima. E há países que apoiam soluções semelhantes

 

São Paulo – Na última quarta-feira (8), uma reunião da ONU-Habitat, braço das Nações Unidas para questões de assentamentos humanos, deu o que falar. No centro do encontro de alto nível, que reunia dezenas de especialistas, investidores e cientistas, estava um debate nada usual: cidades flutuantes e autossustentáveis.

Coisa de ficção científica? Não mesmo. Diante do aumento e intensificação de catástrofes climáticas, a ideia de construir áreas habitáveis em alto mar chama cada vez mais atenção — e já mobiliza propostas.

Exemplo disso é o projeto Oceanix City, concebido pela agência de arquitetura BIG em parceria com a empresa Oceanix. Apresentada na reunião da  ONU, a cidade flutuante conceitual é constituída por várias plataformas hexagonais conectadas que, combinadas, poderiam abrigar até 10 mil habitantes de maneira autossustentável.

Os moradores produziriam seus próprios alimentos tanto em áreas de cultivo instaladas na superfície da cidade quanto em dispositivos submersos para cultivo de algas e frutos do mar. Energia para eletricidade e transporte viria de fontes renováveis, como solar e eólica. Vista de cima, a cidade se assemelha a uma flor, com os telhados das residências (imitando pétalas) revestidos de painéis fotovoltaicos

Água potável seria obtida por processos de dessalinização da água salgada do mar, técnica atualmente empregada em mais de 100 países do mundo que carecem de fontes de água doce suficientes. Apesar do nome “flutuante”, a cidade não ficaria à deriva no oceano, mas ancorada no fundo do mar por “biorock” um material usado para construir recifes de corais artificiais.

 
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