DIAGNÓSTICO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NA SUBBACIA RIO JARAGUÁ, MUNICÍPIO DE JARAGUÁ DO SUL, SANTA CATARINA
Historicamente as cidades foram colonizadas através dos cursos d’água, os quais facilitavam a aquisição de água para a sobrevivência das comunidades, plantações e animais. Atualmente a adequação ambiental nas propriedades rurais é fundamental para garantir a qualidade de vida no meio rural, uma vez que muitas Áreas de Preservação Permanente (APPs) necessitam de restauração. O objetivo deste trabalho foi levantar o uso do solo de imóveis rurais, identificando e quantificando aqueles que necessitam de restauração ambiental, bem como diagnosticar a percepção dos produtores rurais sobre a necessidade de se manter e/ou restaurar suas APPs. Para isso, foi selecionada uma sub-bacia hidrográfica, dentro do município de Jaraguá do Sul, estado de Santa Catarina, com a maior contribuição hídrica e influências agrícolas e culturais no município. Dentro desta sub-bacia foram selecionadas famílias de distintas formações, as quais foram submetidas a um questionário sociocultural e ambiental. Tais questionários auxiliaram a caracterizar a comunidade estudada em termos de idade, ocupação de diferentes gerações e quantidade de filhos, bem como na percepção dos proprietários sobre suas propriedades e uso das mesmas. Foram entrevistados quatro proprietários de diferentes microregiões, que apresentaram uma área média de 10,9 ha.
Observou-se que a APP média por propriedade foi de 0,72 ha (6,6% da propriedade), havendo necessidade de restauração em aproximadamente 50% delas e que em 0,41ha existem construções, o que dificultará essa adequação.
Através de visitas em campo e aplicação dos questionários foi possível observar que as comunidades não se encontram em tais locais por escolha, porém há uma forte influência cultural de se manterem naquele ambiente.
Destaca-se que há um interesse dos produtores rurais em auxiliar na restauração ecológica do meio em que vivem, porém há uma preocupação sobre a interferência desta atividade no seu cotidiano. Conclui-se que há necessidade do desenvolvimento de atividades que propiciem a restauração dessas áreas, tendo em vista sua importância na qualidade de vida no meio rural e na manutenção da biodiversidade.
GISELE DAGNONI NODARI é pós-graduada em Economia e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Paraná.