Produtos florestais caminham para se tornar referência da economia brasileira

Com a crescente demanda mundial, setor de árvores plantadas, responsável por centenas de produtos originários de matéria-prima renovável, tende a liderar exportações.

 

O plantio de eucalipto é predominante nas florestas comerciais produtivas, mas outras espécies vêm sendo plantadas

O plantio de eucalipto é predominante nas florestas comerciais produtivas, mas outras espécies vêm sendo plantadas

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) prevê que o planeta terá 9,1 bilhões de pessoas até 2050, que consumirão três vezes mais produtos provenientes da madeira, exigindo 250 milhões de hectares adicionais de florestas plantadas. Neste contexto, o mundo se questiona: como atender a crescente demanda por madeira e ao mesmo tempo, reduzir os impactos ambientais e o aquecimento global e, validando os compromissos assumidos no Acordo de Paris?

Este movimento favorece a consolidação de uma nova ordem econômica, essencialmente de baixo carbono, em que a solução passa diretamente pelas florestas plantadas que geram matéria-prima e produtos sustentáveis, com ciclos renováveis.

Para apresentar toda a potencialidade do Brasil nesse setor – que já detém a liderança mundial em produtividade florestal com aproximadamente 36 m³/ha.ano – a Ibá desenvolveu o Infográfico Árvores Plantadas e seus Múltiplos Usos.

O material ilustra os inúmeros produtos de base florestal – desde a sua origem na árvore até a sua fabricação – que são essenciais e estão presentes no dia a dia do consumidor. Eles vão desde os mais curiosos como molho Barbecue, sorvetes, xaropes, cremes de leite sucos, ração canina, esmaltes, capsulas de remédios, repelentes naturais, desinfetantes, sabão, filtros de purificação, roupas, tecidos, cosméticos e fraldas, até os mais evidentes como lápis, papéis, embalagens, painéis de madeira, pisos laminados, livros e cadernos; passando também pelos combustíveis, solventes, adesivos, tintas, conservantes, fibras de carbono, energia, mantas asfálticas, entre outros.

Atualmente os produtos florestais já abastecem as áreas de construção civil, gráfica e editorial; a indústria automobilística, de alimentos, cosméticos e higiene pessoal, eletrônicos, farmacêutica e médica, moveleira, química, têxtil, além de outros segmentos. E no futuro, estão cotados para, por exemplo, substituir as fibras de carbono na composição das asas do avião, com o desenvolvimento de novas tecnologias do setor de florestas plantadas.

“Por meio da produção 100% sustentável da indústria de árvores plantadas, o nosso país é um dos únicos com área disponível e tecnologia florestal suficiente para atender o crescente consumo mundial de madeira. Sendo assim, caso haja estímulo ao setor, com a criação de mecanismos e politicas de incentivo ao consumo de produtos com características renováveis, recicláveis e de baixo carbono, o Brasil terá um segmento fundamental na geração de riqueza, renda e emprego”, comenta Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e atual presidente da International Council of Forest and Paper Associations (ICFPA), conselho que reúne as associações mundiais do setor de florestas.

Considerando as perspectivas mundiais, é fácil perceber que o Brasil tem espaço e um imenso potencial para crescer nesse setor. Com menos de 1% do território nacional (7,8 milhões de hectares), a indústria de árvores plantadas já é referência na economia nacional, representando 6% do PIB Industrial nacional com receita de R$ 69,1 bilhões e ocupando a 4ª posição no ranking das exportações brasileiras (US$ 9 bilhões) atrás apenas da Soja (US$ 21 bilhões), do Minério de Ferro (US$ 14,1 bilhões) e do Petróleo (US$ 11,8 bilhões).

E a expectativa de crescimento para o Brasil é ainda melhor. De acordo com Elizabeth de Carvalhaes, “os países industrializados estão pressionados a melhorar seus processos industriais para contribuir com as metas do clima, o que aumentará as importações por produtos mais sustentáveis, com menor impacto ambiental”.

A executiva entende que para aproveitar este movimento econômico “é fundamental que a sociedade conheça todos os produtos provenientes da indústria de árvores plantadas e compreenda que 100% da sua matéria-prima possui ciclo de colheita e plantio renovável, sem qualquer relação com desmatamento de florestas naturais”.

O infográfico apresenta ainda os setores que, por meio dos investimentos em tecnologias e inovação da indústria brasileira de árvores, poderão ser inseridos à cadeia produtiva florestal num futuro próximo, abrindo portas para um mercado mais amplo e aumentando a competitividade brasileira no cenário de demanda crescente. É o caso das indústrias aeronáutica, automobilística, alimentícia, cosmética, farmacêutica, química, têxtil, entre outras.

A aplicação de fortes recursos no desenvolvimento de alternativas sustentáveis que substituirão os produtos fósseis é um dos pilares de atuação do setor em busca do desenvolvimento de uma economia de baixo carbono. Neste âmbito, surge o conceito de biorrefinaria, que tem como meta a troca de produtos e processos que utilizam matérias-primas não renováveis, sobretudo o petróleo, pelos que aproveitam integralmente a biomassa vegetal. O etanol celulósico e uso de fibras de celulose já são alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis e ao alumínio.

Além da inovação em produtos e processo, a aplicação de estudos, como a biotecnologia e da nanotecnologia, levará o aumento da produção da quantidade de fibras. Por meio de seu pioneirismo em sustentabilidade e do manejo responsável, o setor brasileiro de árvores plantadas é capaz de intensificar a sua produção ao mesmo tempo em que garante os mais altos padrões de gestão social, a manutenção dos corredores ecológicos, eficiência da proteção à biodiversidade, preservação dos recursos hídricos e remoção de carbono da atmosfera.

“Investir em pesquisa, tecnologia e inovação para desenvolver produtos mais diversificados e sustentáveis, permitindo atender a demanda crescente e preservar o meio ambiente é o papel do nosso setor. E neste futuro promissor, o Brasil tem grande oportunidade para ser o destaque desta economia que passará a mover o mundo”, conclui Elizabeth.

Por: Ibá
Compartilhado de: Painel Florestal

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