Pesquisadores de MG desenvolvem telhas à base de eucalipto para substituir produtos com amianto
Novo produto está sendo desenvolvido e testado na Universidade Federal de Lavras, UFLA; amianto está proibido no país desde o ano passado.
Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) pretendem substituir as telhas de amianto, proibidas desde o ano passado, por outras feitas com fibra de eucalipto. Atualmente, as lojas que vendem esse tipo de material optam por telhas de fibra sintética.
A venda de amianto está proibida desde o ano passado no país pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O material é usado na fabricação de telhas e caixas d´água. O STF entendeu que o material traz riscos à saúde e pode até causar câncer. Por isso, o eucalipto poderia ser uma alternativa.
“Por ser uma das principais espécies florestais hoje no Brasil, é utilizada a madeira do eucalipto para produção de papel e celulose e também na produção de chapas, carvão, entre inúmeros outros produtos”, disse o pesquisador Danillo Wisky Silva.
Pelo projeto, a fibra do eucalipto é misturada ao calcário e ao cimento. Moldes de telhas já estão sendo testados em laboratório.
“Ela é uma telha bastante resistente, muito comparável com os resultados das telhas de amianto e estamos no processo de envelhecimento natural dessas telhas, deixando elas expostas para avaliar as propriedades durante o tempo para avaliar quantos anos ela dura exposta ao ambiente”, completou o pesquisador.
Os pesquisadores também descobriram que a fibra de eucalipto é uma alternativa mais ecológica porque usa menos água que as telhas convencionais, como o amianto. Na produção de telhas com eucalipto, a água corresponde a 40% da massa de cimento. No processo convencional, é preciso o dobro.
Os moldes de eucalipto também se mostraram bastante resistentes. Os pesquisadores ainda estudam se o preço desse tipo de telha será mais barato, mas já sabem que para o mercado será uma alternativa sustentável.
“Sem dúvida, todo o sistema de construção civil no Brasil precisa das telhas de amianto, então nós estamos trabalhando aqui para colocar no mercado, em breve, esse tipo de produto à base de fibras de eucalipto”, disse o professor orientador Lourival Marin Mendes.