Gerar energia eólica em casa já é possível

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Fábricas brasileiras produzem e vendem a tecnologia, que começa a ser testada em pequena escala por instituições de ensino, empresas e residências

Fonte: Claudia Guadagnin, especial para Gazeta do Povo

Já pensou instalar uma turbina eólica no quintal de casa? A geração de energia eólica na cidade já é realidade e promete, nas próximas décadas, conquistar um mercado ainda tímido.

Até hoje, a baixa procura por sistemas de pequeno e médio portes, aliada à necessidade de importar a parte elétrica das estruturas, encareceu a tecnologia e limitou a expansão dos aerogeradores domésticos no Brasil. Contudo, esse cenário começa a mudar. De olho num mercado promissor, empresas estão se esforçando para desenvolver equipamentos capazes de aproveitar os ventos fracos e irregulares das cidades.

A Enersud, do Rio de Janeiro, foi a primeira brasileira a produzir aerogeradores para uso urbano. Diferente do modelo tradicional com pás – bastante utilizado e vantajoso em fazendas eólicas – a proposta da carioca foi criar turbinas menores, silenciosas e cujas hélices giram em torno do mesmo eixo, mas de modo vertical.

Tecnologia ainda é cara

Desde 2014, quando as estruturas urbanas começaram a ser comercializadas pela companhia, 62 unidades foram vendidas no Brasil. Até agora, instituições de ensino e pesquisa fizeram a maior parte dos pedidos, mas o interesse das construtoras também aumentou. “É um investimento que valoriza o imóvel e não pesa tanto, por ficar diluído no financiamento”, diz Silvia.

Em locais com menos ventos, os aerogeradores domésticos custam mais. “Em regiões em que o vento atinge velocidades de seis a oito metros por segundo, por exemplo, em torno de 100 a 200 quilowatts/hora costumam ser gerados. O mesmo sistema no Nordeste, onde os ventos são praticamente ininterruptos, a mesma estrutura produz quase o dobro de energia, com índices próximos a 350 quilowatts/hora”, compara Maurício Cardoso Arouca, professor de Planejamento Energético da UFRJ.

Em locais em que os ventos são mais fracos, com média de quatro metros por segundo, por exemplo, o desempenho pode cair para 62 quilowatts/mês. Nesse caso, a produção alimentaria apenas algumas poucas lâmpadas, um televisor e um refrigerador. “Isso eleva o tempo de retorno do investimento. Quanto menor o volume de vento, menor a economia conquistada”, resume o professor.

Custo da tecnologia deve cair com ganho de escala

Dependendo da potência, os preços dos aerogeradores urbanos costumam variar de R$ 26 mil a R$ 40 mil. Na medida em que o mercado ganhar escala – como já acontece hoje com o setor fotovoltaico – os custos devem diminuir.

No Brasil, ainda são poucas as companhias que desenvolvem e comercializam opções para uso doméstico. Além do Rio de Janeiro, São Paulo e Ceará têm empresas que atuam no setor. No Paraná, a Mirano – que acaba de firmar sociedade com a Enersud – e a ZM Bombas, de Maringá, produzem e vendem opções de turbinas domésticas.

www.pecca.ufpr.br

 

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