Esse bloco de vidro é capaz de coletar energia solar e converter em eletricidade
Edifícios consomem muita energia elétrica. São iluminações, elevadores, sensores e muitos outros equipamentos. E para se obter tanta eletricidade, capaz de abastecer grandes áreas urbanas, repletas de unidades comerciais e residenciais, é necessário o uso abundante de recursos naturais, que já são bem escassos no planeta. Recentes pesquisas, na área da construção civil, estão sendo dedicadas ao desenvolvimento de prédios com energia renovável, ou seja, quando a diferença entre a energia gasta em relação àquela produzida é quase nula. Como resultado, alguns sistemas inovadores já estão sendo disponibilizados no mercado. Um deles é o BIPV – em inglês, sistema de construção com energia fotovoltaica.
“Agora está claro que o mundo está se movendo para um sistema de energia distribuída, dos quais uma proporção crescente é renovável. (…) Isso significa que há oportunidades substanciais para novas formas de gerar eletricidade no ponto de uso” – Jim Williams, especialista em construções solares da Universidade de Exeter, na Inglaterra.
Tudo acontece assim porque esses blocos possuem, em seu interior, pequenas células fotovoltaicas inteligentes. Elas funcionam como pequenas lentes, que potencializam a captação dos raios solares, aumentando a produção de energia elétrica. Toda essa carga pode, imediatamente, alimentar os sistemas do edifício ou ficar armazenada em baterias, para ser utilizada em momento mais oportuno. Esses elementos ópticos são incorporados às peças ainda no momento de fabricação. Acredita-se que, muito em breve, esta mesma ideia possa ser empregada em outras tecnologias e materiais de construção.
“(…) É um empreendimento emocionante e que deve capturar a imaginação da indústria da construção (…)” – Tapas Mallick, cientista e professor parceiro da empresa Build Solar.
“A natureza simplificada da tecnologia permite que ela seja incorporada em materiais de construção convencionais, o que significa que suas aplicações são inúmeras” – garantem os pesquisadores.
+ Benefícios para a construção civil
O Solar Squared é um protótipo bastante caro. Porém, seu design modular permitirá uma boa integração com qualquer tipo de proposta arquitetônica, garantindo a máxima absorção solar – mesmo em áreas urbanas difíceis – e, de bônus, gerando eletricidade. Aliás, o seu isolamento térmico é considerado melhor do que o dos blocos de vidro tradicionais, por capturar uma quantidade mais significativa de componentes difusos da luz solar, mesmo se as peças forem colocadas em posição vertical. Isto quer dizer que, além de ajudar na construção de edifícios, esse tipo de bloco pode amenizar os impactos gerados pela indústria contra a natureza, e ainda serem atraentes e ajudarem na qualidade de vida das pessoas em geral.
“Queríamos superar essas limitações através da introdução de tecnologias que se tornam parte do envelope do prédio. Agora temos a capacidade de construir tecnologias solares integradas, acessíveis, eficientes e atraentes como parte da arquitetura do edifício, nos locais onde a demanda de energia é mais alta, ao mesmo tempo que tem um impacto mínimo na paisagem e na qualidade de vida “ – Dr. Baig, do Instituto de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Cornualha, em entrevista de Inhabitat.