Colhendo água fresca do deserto

Com um dispositivo movido a energia solar, cientistas da UCB prometem um colhedor de água do ar que funciona até mesmo em ambientes áridos como o deserto.

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A escassez da água é vista como um grande desafio do futuro, mas já é uma realidade difícil de muitas regiões do planeta. Apesar de 70% da nossa superfície ser composta por água, apenas 1% é potável e acessível.  E se por um lado há uma grande linha de pesquisa na dessalinização, alguns pesquisadores estão de olho em outra solução.

Uma equipe da MIT e da Universidade de Califórnia-Berkeley (UCB) está trabalhando no desenvolvimento desse dispositivo capaz de capturar agua potável do ar usando um material conhecido como MOF (Metal-Organic Framework).

“Vem havendo um enorme interesse comercial no projeto, e há vários startups que já estão se dedicando ao desenvolvimento comercial de um dispositivo coletor de água.” Afirmou Omar Yaghi, da UCB, que inventou a tecnologia.

Os primeiros testes de campo estão sendo conduzidos no deserto do Arizona, onde a umidade atinge sua máxima a noite com 40% e chega a 8% durante o dia.

Os resultados mostraram que a colheita poderia facilmente ser aumentada simplesmente ao adicionar mais MOF, que absorve a água.

MOF

MOFs, ao contrário das camadas comuns de metal, são estruturas onde metais como magnésio ou alumino são combinados com moléculas orgânicas e arranjadas para criar estruturas rígidas e porosas, ideias para o armazenamento de gases ou líquidos.

A cada quilo de MOF- 801 pode ser colhido cerca de 200ml de água. O problema é que este modelo de MOF é produzido com um caro metal, chamado Zirconium.

Yaghi, que trabalhou no primeiro MOF há mais de 20 anos, então desenvolveu um novo MOF com base em alumínio chamado MOF-303, que é mais barato e pode produzir até duas vezes mais água no teste de laboratório.

Isso quer dizer que colheitas com esse novo material podem produzir mais do que 3 copos de água por dia – aproximadamente metade do que é necessário ao ser humano.

“O MOF de alumínio está tornando essa produção mais pratica, pois é mais barato.” Yaghi afirmou.

Caso comercializada, essa tecnologia poderá ser extremamente útil em lugares como o Nordeste do Brasil, onde há grandes potenciais solares, mas não água potável o suficiente.

A pesquisa foi publicada no Science Advances.

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