Cientistas da UFPR contribuem com a organização da biodiversidade das moscas e mosquitos

Um trabalho minucioso, que envolve desde cortes precisos para analisar cada parte do animal, até uma obstinação para identificá-lo a partir do lugar onde ele estava e de suas relações com o ambiente. Os processos que ocorrem todos os dias no Laboratório de Biodiversidade e Biogeografia de Diptera, coordenado pelo professor Claudio José Barros de Carvalho, do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), levaram à identificação de diferentes insetos no mundo e, por isso, são considerados referência no Brasil.

As pesquisas compartilham o apreço científico por insetos que, na opinião popular, são tratados como pragas, mas que na Biologia representam a chance de aperfeiçoar um tipo de conhecimento quase invisível: aquele que é produzido pela ciência básica. É a partir da identificação e do detalhamento dos espécimes que eles passam a existir e, com isso, a ter validade científica para outras pesquisas.

Equipe do Laboratório de Biodiversidade e Biogeografia de Diptera produz ciência básica de excelência (Fotos: Marcos Solivan/Sucom)

A beleza dos insetos, mais precisamente dos dípteros, é consensual entre os pesquisadores que dedicam a vida a estudá-los. Suas cores e formas, analisadas em microscópios, revelam características que passam despercebidas por quem os considera como pragas. “O Homem veio depois do inseto, então o conceito de praga é relativo”, brinca Carvalho.
Diante de exemplares que formam a segunda maior coleção do Brasil, os pesquisadores fazem um tipo de trabalho que desperta curiosidade, mas que exige tempo, investimento e rigor. “Essa espécie estava na natureza e não existia. Com o trabalho que fazemos, ela passa a existir. A partir disso nós vamos descrevê-la e relacioná-las com outras”, explica.

O trabalho em nível de detalhe é essencial para contribuir com a organização da biodiversidade. Segundo Carvalho, o Brasil é um país com alta diversidade. Possui cerca de 15% de todas as espécies conhecidas no mundo: muitas delas passaram a ter nome e identificação ali, junto às pesquisas do laboratório da UFPR, em uma produção de conhecimento que se espalha e dissemina pelo mundo. “No exterior, ex-estudantes atuam como professores ou pesquisadores na República Dominicana, Estados Unidos e Canadá”, comenta.

Uma das pesquisadoras formadas por essa rede, a cientista Jessica Gillung, fez iniciação científica no laboratório e hoje está fazendo pós-doutorado nos Estados Unidos. Ela irá a Londres receber o Prêmio Marsh, da Royal Entomological Society, no dia 21 de agosto.

Confira a matéria completa

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/cientistas-da-ufpr-contribuem-com-a-organizacao-da-biodiversidade-das-moscas-e-mosquitos/

UFPR busca solução para tratamento de novos contaminantes das águas

Eles são invisíveis e tem efeitos desconhecidos nos animais e no corpo humano. Mas, mesmo em baixa concentração, requerem atenção e cuidado: de hormônios a fármacos, passando por toxinas de algas, os contaminantes emergentes encontrados na água das grandes cidades devem ser tratados para que não gerem problemas ao meio-ambiente e à saúde. Uma pesquisa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) propõe soluções para controlar o problema.

O trabalho da professora do Departamento de Farmacologia, Helena Cristina da Silva de Assis e da pós-doutoranda Sabrina Calado planeja prevenir para não ter que tratar doenças que podem, inclusive, levar à morte. Segundo Helena, os novos contaminantes estão por toda a parte, mesmo que em baixa concentração. “Na Europa, substâncias como diclofenaco já são consideradas perigosas. E nós temos concentrações mais altas do que permitidas lá na água dos nossos rios ”, explica.

Pesquisadores buscam alternativas para tratar contaminantes nas águas. Da esquerda para a direita: doutorando Augusto da Silveira, professora Helena Cristina da Silva de Assis e a pós-doutorando Sabrina Calado (Fotos: Marcos Solivan/Sucom)

 

Esses contaminantes podem também ser encontrados na água potável, pois os processos convencionais de tratamento não dão conta de eliminá-los. Como eles estão diretamente relacionados ao padrão de consumo e à urbanização, a tendência é que aumentem, em número e quantidade. “Nós já identificamos efeitos tóxicos para os peixes e questionamos o que pode causar para a população”.

Um dos exemplos estudados pelas pesquisadoras e pelo acadêmico de doutorado Augusto da Silveira é o das microcistinas eliminadas pelas cianobactérias, que se reproduzem e geram uma floração capaz de produzir toxinas com efeitos nocivos ao fígado e até mesmo ao sistema neurológico.Esses organismos se alimentam da matéria orgânica por isso podem ser encontrados, principalmente em regiões onde não tem tratamento de esgoto. A pesquisa analisou os reservatórios de Alagados e Iraí, ambos no Estado do Paraná. Em Alagados, por exemplo, foi possível identificar um milhão de cianobactérias neurotoxinas por mililitro de água, quando o ideal, na água bruta, sem tratamento, deveria ser de 20 mil por mililitro de água. O músculo dos peixes coletados na região também indica a presença das toxinas .

Opção ecológica

O desequilíbrio com relação à presença de novos contaminantes nas águas pode causar problemas ambientais – como por exemplo na reprodução dos peixes – e à saúde, dos animais e do homem. Um sistema com macrófitas, plantas aquáticas que funcionam como filtros naturais, pode ser uma solução ecológica e de baixo custo para sanar o problema.

A pesquisa desenvolvida na UFPR chegou a resultados satisfatórios de tratamento de novos contaminantes utilizando apenas as macrófitas. As pesquisadoras submeterem as plantas, completamente submersas, a concentrações de paracetamol, diclofenaco e microcistina. Elas filtraram 50% do paracetamol, 93% do diclofenaco e 100% das toxinas das cianobactérias. “A planta acumulou os contaminantes em seu tecido, uma solução barata e natural”, reforça Helena.

Agora, a ideia é fazer novas rodadas do estudo, em diferentes condições: usando a água filtrada pelas macrófitas com peixes e, depois, expondo o peixe na água com as macrófitas. Segundo Sabrina, é preciso verificar, por exemplo, se os animais não comem as plantas e também se eles não absorvem as toxinas enquanto elas estão passando pela filtragem natural.

A pesquisadora explica que a ideia seria utilizar esse sistema no pós tratamento da água potável, para que as macrófitas façam uma filtragem adicional na água e, com isso, eliminem os contaminantes emergentes que não são removidos nos tratamentos tradicionais. A proposta é desenvolver um piloto desse sistema para verificar seus resultados em escalas maiores, já nas estações de tratamento.

Métodos alternativos para um meio ambiente mais saudável

Helena, que recentemente foi premiada por sua atuação na área de toxicologia ambiental, tem pela frente o desafio de divulgar as 20 questões-chave de pesquisa da América Latina (AL), propostas após debates em nível mundial pela Sociedade de Toxicologia Ambiental e Química (SETAC).

Segundo ela, discutir a revisão na legislação é essencial. “A meta é ter toxicidade zero. Há uma preocupação com a gestão ambiental, o tratamento de efluentes, e o uso dos agrotóxicos”, comenta. A preocupação com a sustentabilidade também faz com que métodos alternativos – como o sistema criado na UFPR utilizando plantas – sejam cada vez mais importantes.

Os novos contaminantes, muitas vezes, são encontrados em baixa concentração, mas isso não afasta os riscos que podem causar. Hormônios como o estradiol, por exemplo, presente na urina da mulher por conta do uso da pílula anticoncepcional, podem chegar as águas dos rios e terem efeitos reprodutivos nos animais aquáticos. O mesmo acontece com os outros fármacos encontrados na água após serem consumidos em grande quantidade pela população.

O documento referendado pela SETAC contém questões para cinco áreas de estudo: química ambiental, ecotoxicologia, saúde e meio ambiente, avaliação de risco e gestão e política ambiental, sempre com foco na América Latina. A ideia é identificar necessidades internacionais de pesquisa para promover uma qualidade ambiental global mais sustentável. O efeito das mudanças climáticas, as metodologias para avaliar riscos, o impacto dos nanomateriais, microplásticos e os limites da legislação ambiental são algumas das questões contempladas no documento.

Em outubro, a Universidade Federal do Paraná irá sediar o I Workshop on Emerging contaminants in aquatic systems: Environmental management and risks to human health, no Setor de Ciências Biológicas, que irá debater o assunto. O evento é organizado pelos Laboratório de Toxicologia Ambiental e pelo Laboratório de Fisiologia de Plantas sob Estresse.

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/ufpr-busca-solucao-para-tratamento-de-novos-contaminantes-das-aguas/

UFPR é a única paranaense entre as melhores universidades do mundo de acordo com ranking acadêmico ARWU

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é a única universidade paranaense na lista de melhores instituições do mundo no ranking elaborado pela consultoria chinesa Shanghai Ranking Consultancy. A instituição é a sétima brasileira melhor avaliada.

Ranking Mundial Acadêmico de Universidades (ARWU, na sigla em inglês), elaborado desde 2003, é considerado um dos mais renomados mundialmente e analisa cerca de 1 mil instituições do planeta. Os critérios de avaliação incluem o número de professores ou diplomados que venceram prêmios Nobel ou medalhas Fields (o prêmio Nobel da matemática), o número de pesquisadores mais citados nas suas áreas e as publicações nas revistas científicas Science e Nature.

A avaliação é liderado pela universidade americana Harvard, que ocupa a posição pelo 17º ano consecutivo. Vinte e três instituições brasileiras aparecem no ranking, todas universidades públicas.

Brasil

Confira a lista das selecionadas: Universidade de São Paulo; Universidade Federal do Rio de Janeiro; Unesp; Universidade de Campinas; Universidade Federal de Minas Gerais; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Universidade Federal do Paraná; Universidade Federal de Goiás; Universidade Federal de Santa Catarina; Universidade Federal de São Paulo; Universidade Federal de Pelotas; Universidade Federal de São Carlos; Universidade Federal de Viçosa; Universidade de Brasília; Universidade Federal do Ceará; Universidade Federal de Pernambuco; Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Universidade Federal de Santa Maria; Universidade Federal da Bahia; Universidade Federal do Pará; Universidade Federal Fluminense; Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/ufpr-e-a-unica-paranaense-entre-as-melhores-universidades-do-mundo-de-acordo-com-ranking-academico-arwu/

UFPR realiza 1º Festival de Ciência, Cultura e Inovação com atividades gratuitas e abertas ao público em setembro

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) realiza o 1º Festival UFPR de Ciência, Cultura e Inovação de 23 a 29 de setembro, integrando diferentes eventos que antes aconteciam separadamente e algumas novidades. Feira do livro e de extensão, apresentações de trabalhos e resultados de pesquisa, palestras, workshops, feira gastronômica, apresentações culturais, ações educativas e serviços de saúde são algumas das atividades programadas. O Festival é gratuito e aberto ao público, tanto para a comunidade interna quanto para a externa à Universidade. Os locais que recebem a programação são a Praça Santos Andrade, Campus Reitoria, Campus Rebouças e Campus Botânico, em Curitiba.

O 1º Festival UFPR de Ciência, Cultura e Inovação integra a 11ª edição da Semana Integrada de Ensino Pesquisa e Extensão (Siepe), a XVII Feira do Livro Editora UFPR e a 38ª Semana Literária & Feira do Livro Sesc, além de outros eventos culturais. Também haverá ações oferecidas pelo Complexo do Hospital de Clínicas (CHC-UFPR) e pelo Setor de Saúde da UFPR, com atendimentos à comunidade. A ideia é potencializar essas atividades, mostrar as ações da Universidade para a comunidade e, ao mesmo tempo, economizar, otimizando gastos.

Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFPR, Francisco de Assis Mendonça, o Festival cria a oportunidade de mais interação entre a Universidade e a sociedade. “É uma semana em que a cidade terá um momento especial de dividir o dia a dia da Universidade, com atividades de pesquisa, extensão, cultura e saúde para todos”, diz.

A solenidade de abertura do Festival e da Siepe será no dia 23 de setembro, segunda-feira, às 19h30, no Teatro da Reitoria, com apresentações culturais e uma conferência. Ainda integra a programação uma sessão pública e solene do Conselho Universitário (Coun) no dia 24 de setembro, terça-feira, às 19h, no Teatro da Reitoria, com entrega de títulos de professores eméritos a Antonio Salvio Mangrich, Fábio de Oliveira Pedrosa e Sebastião Amaral Machado.

Siepe

A 11ª edição da Semana Integrada de Ensino Pesquisa e Extensão (Siepe) ocorre de 24 a 26 de setembro, na Reitoria, Prédio Histórico (Praça Santos Andrade) e Campus Rebouças – em Palotina e Toledo, a Siepe será de 1º a 3 de outubro. O evento acadêmico da UFPR é composto por cinco encontros temáticos, com apresentações de trabalhos, rodas de conversa, oficinas e feira de extensão. O evento abrange trabalhos de iniciação científica, inovação, extensão, atividades formativas e de inclusão e diversidade, que é novidade nesta edição. No ano passado, foram mais de 2,5 mil trabalhos apresentados e cerca de 10,5 mil participantes.

 

A coordenadora de iniciação científica da PRPPG, Larissa Ramina, explica que a proposta da Siepe dentro do Festival UFPR de Ciência, Cultura e Inovação é levar a Universidade para mais perto da população. “A ideia é movimentar o Centro da cidade, chamar a atenção da comunidade e mostrar o que a Universidade faz em termos de pesquisa e extensão, que resultam em benefícios para a sociedade”, diz.

Nesta edição, a Siepe contará com o 18º Encontro de Atividades Formativas (Enaf), o 18º Encontro de Extensão e Cultura (Enec), o 27º Evento de Iniciação Científica (Evinci), 12º Evento de Inovação Tecnológica (Einti) e o 1º Encontro Diversidade e Inclusão Social na Pesquisa e Extensão (Edispe).

A organização é da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), Pró-reitoria de Graduação (Prograd), Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec) e Superintendência de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (Sipad).

 

Feira do Livro e Semana Literária

A XVII Feira do Livro Editora UFPR e a 38ª Semana Literária & Feira do Livro Sesc ocorre de 23 a 28 de setembro, na Praça Santos Andrade, de segunda a sexta, das 10h às 20h, e sábado, das 10h às 14h. Devem participar 27 expositores, entre editoras universitárias e comerciais.

A realização é da Editora UFPR e do Serviço Social do Comércio (Sesc) Paraná. O principal objetivo é popularizar o livro e incentivar a leitura.

Por Chirlei Kohls
Parceria Superintendência de Comunicação e Marketing (Sucom) e Agência Escola de Comunicação Pública e Divulgação Científica e Cultural da UFPR

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/ufpr-realiza-1o-festival-de-ciencia-cultura-e-inovacao-com-atividades-gratuitas-e-abertas-ao-publico-em-setembro/

Plástico ou papel: qual sacola é menos prejudicial ao meio ambiente?

Uma cadeia britânica de supermercados está aumentando o preço de suas sacolas plásticas reutilizáveis como um teste e introduzindo uma versão em papel. Os sacos de papel estarão disponíveis em apenas oito lojas da Morrisons, como parte de uma experiência de dois meses. A rede disse que a redução do plástico era a principal preocupação ambiental de seus clientes.

Os sacos de papel continuam populares nos Estados Unidos, mas caíram em desuso nos supermercados do Reino Unido nos anos 1970, uma vez que o plástico era visto como um material mais durável.

Mas as sacolas de papel são mais amigáveis ao meio ambiente do que as de plástico?

Antes de responder, é preciso saber:

  • Quanta energia é usada para fazer a sacola?
  • Quão durável ela é? (Ou seja, quantas vezes pode ser reutilizada?)
  • Quão fácil é reciclá-la?
  • Com que rapidez ela se decompõe se for jogada fora?

‘Quatro vezes mais energia’

Em 2011, um trabalho de pesquisa produzido pela Assembleia da Irlanda do Norte constatou que é necessário “quatro vezes mais energia para fabricar um saco de papel do que para fabricar um saco plástico”.

Ao contrário dos sacos de plástico (que o relatório diz serem produzidos a partir do refugo de produtos de refino de petróleo), o papel exige que florestas sejam cortadas. O processo de fabricação, de acordo com a pesquisa, também produz uma maior concentração de produtos químicos tóxicos em comparação com a fabricação de sacolas plásticas descartáveis.

Sacos de papel também pesam mais que o plástico: isso significa que seu transporte exige maiores esforços, aumentando sua pegada de carbono, acrescenta o estudo.

Segundo a rede de supermercados Morrisons, o material usado para fabricar seus sacos de papel será 100% proveniente de florestas que são gerenciadas com responsabilidade.

E é preciso considerar que, se novas florestas forem cultivadas para substituir árvores perdidas, isso ajudará a compensar o impacto da mudança climática, porque árvores armazenam o carbono da atmosfera.

Durabilidade X Impacto

Em 2006, a Environment Agency (EA, órgão do governo britânico que trabalha para melhorar e proteger o meio ambiente) examinou uma variedade de sacolas feitas de diferentes materiais para descobrir quantas vezes elas precisariam ser reutilizadas para ter uma contribuição ao aquecimento global menor do que uma sacola plástica de uso único.

O estudo descobriu que os sacos de papel precisavam ser reutilizados pelo menos três vezes, uma a menos do que as sacolas de plástico duráveis (que precisariam ser usadas quatro vezes).

No outro extremo do espectro, a EA constatou que os sacos de algodão exigiam o maior número de reutilizações, 131. Isso se deve à alta quantidade de energia usada para produzir e enriquecer o fio de algodão.

Mas mesmo que um saco de papel requeira o menor número de reutilizações, há uma consideração prática: ele durará o suficiente para sobreviver a três viagens ao supermercado?

Sacos de papel não são tão duráveis quanto as sacolas de plástico reutilizáveis, sendo mais propensos a rasgar, especialmente se forem molhados.

Em sua conclusão, a agência do governo britânico diz que “é improvável que a sacola de papel possa ser regularmente reutilizada no número necessário de vezes devido a sua baixa durabilidade”.

A rede Morrisons insiste que não há razão para que sua sacola de papel não possa ser reutilizada tantas vezes quanto a de plástico, embora isso dependa de como a sacola é tratada pelo cliente.

As sacolas de algodão, apesar de usarem mais carbono em sua fabricação, são as mais duráveis e terão uma vida muito mais longa.

Apesar de sua baixa durabilidade, uma vantagem do papel é que ele se decompõe muito mais rapidamente do que o plástico e, portanto, é menos provável que seja uma fonte de lixo e represente um risco para a vida selvagem.

O papel também é mais amplamente reciclável, enquanto os sacos plásticos podem levar entre 400 e 1.000 anos para se decompor.

Afinal, qual é melhor?

As sacolas de papel requerem um número um pouco menor de usos do que as de plástico reutilizáveis para tornaram-se mais ecologicamente corretas do que as sacolas plásticas descartáveis.

Por outro lado, sacos de papel são menos duráveis do que outros tipos. Portanto, se os clientes tiverem que substituir suas sacolas com mais frequência, causarão um dano ambiental maior.

Além de todas essas variáveis, a chave para reduzir o impacto de todas as sacolas – não importa do que sejam feitas – é reutilizá-las o máximo possível, diz Margaret Bates, professora de gestão sustentável de resíduos na Universidade de Northampton, na Inglaterra.

Muitas pessoas esquecem de levar suas sacolas reutilizáveis nas viagens semanais ao supermercado e acabam tendo que comprar mais no caixa, diz.

Isso terá um impacto ambiental muito maior comparado com a escolha entre papel, plástico ou algodão.

 

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47065644

Estudantes da UFPB criam foguete para reflorestamento

Estudantes que integram o Clube de Astronomia e Astrofísica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) estão desenvolvendo um foguete para reflorestamento. O dispositivo é feito de material reciclado. A ideia é que, ao lançá-lo no ar, o projétil dispare, em determinada altura, sementes sobre área desmatada.

“O projeto está sendo desenvolvido para deixar o foguete o mais simples e sustentável possível. Para sua construção, usamos garrafa PET, fita adesiva e água para impulsionar o lançamento”, conta Renan Aversari, integrante do clube. Após o lançamento, o foguete é recolhido para reutilização.

Um dos principais desafios, segundo o estudante, é o plantio, porque as sementes soltas pelo foguete ficam na superfície do solo. “Queremos criar um sistema no qual as sementes já estejam envolvidas com argila e adubo, tendo os nutrientes necessários para germinação”.

Os alunos também têm tomado cuidado na hora de selecionar os grãos, para não introduzir espécies invasivas, que modifiquem o ecossistema local. A base do foguete, confeccionada com madeira, canos de PVC e parafusos, poderá funcionar sem energia elétrica. “Assim, será possível dispensar fontes de energia, tomadas, e levá-la para qualquer lugar”.

Após os testes, serão ofertadas oficinas de montagem dos foguetes e ações socioambientais de replantio para alunos de escolas públicas e privadas. Site com tutorial para ensinar a montar o projétil e realizar reflorestamento por conta própria também deverá ser lançado.

Bruna Ferreira | Ascom/UFPB

 

Fonte: https://www.ufpb.br/ufpb/contents/noticias/estudantes-da-ufpb-criam-foguete-para-reflorestamento

Etiópia planta 350 milhões de mudas de árvores em apenas 12 horas

A Etiópia acaba de quebrar o recorde mundial de maior plantio de mudas de árvores em um único dia: 350 milhões de mudas!

O recorde anterior, que pertencia à Índia, foi superado em 5 vezes.

Naquela ocasião, em julho de 2017, voluntários e autoridades indianas plantaram pouco mais de 66 milhões de mudas em 12 horas (relembre aqui).

Desta vez, em julho de 2019, o povo etíope plantou 350 milhões de mudas em 12 horas.

O evento de plantação de árvores foi orquestrado pelo primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, como parte de sua iniciativa “Legado Verde” para restaurar a vegetação natural da nação africana.

De acordo com a BBC, um estudo da ONU constatou que a cobertura florestal da área territorial da Etiópia havia diminuído de 35% no século passado e para 4% neste século.

O primeiro-ministro espera combater os (crônicos) problemas de desmatamento do país plantando pelo menos 4 bilhões de árvores nativas antes de outubro de 2019.

Até agora, as autoridades dizem ter plantado um total de 2,6 bilhões de mudas em todo o país.

Embora o novo recorde mundial ainda não tenha sido oficialmente confirmado pelo Guinness Book of Records, o gabinete do primeiro-ministro disse à Associated Press que a organização tem ajudado a contabilizar a contagem final de árvores.

Fonte: https://razoesparaacreditar.com/meio-ambiente/etiopia-recorde-plantio-arvores/

Pesquisas da UFPR podem resultar em novas vacinas e kits diagnósticos para doenças

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve três projetos aprovados no edital de apoio à infraestrutura de pesquisa em áreas temáticas do Fundo de Infraestrutura (CT-Infra), da Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), em dezembro do ano passado. Ao todo, o edital contempla cinco áreas: Biotecnologia, Ciências Biomédicas, Engenharias, Ciências Sociais e Nanotecnologia. Confira uma série de matérias sobre os projetos submetidos pela Universidade.

O projeto da área de Biotecnologia da UFPR receberá recursos destinados à manutenção da infraestrutura já existente e para a aquisição de três novos equipamentos para os laboratórios, que atendem a 17 programas de pós-graduação, além de estudantes e pesquisadores de outros países. A proposta é desenvolver uma plataforma integrada para obtenção em larga escala de sequências de DNA e moléculas bioativas a partir da aprovação em chamada públicado Fundo de Infraestrutura (CT-Infra) da Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep). As pesquisas podem resultar no desenvolvimento de novas vacinas e kits diagnósticos para diversas doenças.

Algumas das áreas atendidas pela aquisição dos novos equipamentos envolvem pesquisas relacionadas a doenças hereditárias raras, câncer, neurobiologia, células-tronco, entre outras. Os principais setores industriais impactados pelos estudos são a área agrícola e a indústria farmacêutica.

Algumas das áreas atendidas no projeto envolvem pesquisas relacionadas a doenças hereditárias raras, câncer, neurobiologia, células-tronco, entre outras. Foto: Samira Chami Neves, 2016/Sucom-UFPR

 

De acordo com o projeto desenvolvido por pesquisadores da UFPR, os novos equipamentos geram impacto na área econômica, pois permitirão pesquisas realizadas com insumos nacionais, garantindo a transferência de tecnologia para o setor privado, bem como a geração de novas patentes e a redução de gastos com a importação de matéria-prima. Dados de 2017 do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) mostram que a UFPR realiza, em média, 49 depósitos de patente por ano.

Os três novos equipamentos que devem ser adquiridos permitem um aumento na taxa de descobertas de novos genes e de suas funções em diferentes organismos, a transferência de genes de interesse em células para sua expressão e a separação de produtos gênicos em larga escala.

Os 17 programas de pós-graduação da UFPR participantes do projeto são Bioprocessos e Biotecnologia; Bioquímica; Biologia Celular e Molecular; Farmacologia; Genética; Microbiologia, Parasitologia e Patologia; Fisiologia; Ciências Farmacêuticas; Química; Engenharia Química; Botânica; Bioinformática; Zoologia; Ecologia e Conservação; Entomologia; Medicina Interna; e Veterinária.

Por Vinicius Fin Valginhak
Sob supervisão de Chirlei Kohls
Parceria Superintendência de Comunicação e Marketing (Sucom) e Agência Escola de Comunicação Pública e Divulgação Científica e Cultural da UFPR

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/pesquisas-da-ufpr-podem-resultar-em-novas-vacinas-e-kits-diagnosticos-para-doencas/

Após décadas de proteção, recifes de corais havaianos retornam à sua antiga glória

Por décadas, a pesca predatória e as redes de arrasto devastaram uma imensa área de recifes de corais na região do Havaí. Dezenas de quilômetros quadrados de corais foram destruídos, afetando a comunidade ecológica e bio-marinha.

Felizmente, agora, depois de anos de proteção e zelo cumpridos sob mandato federal, os cientistas veem sinais promissores de que essa área – conhecida como Cadeia de Montes Navais do Imperador Havaiano – voltou a ser ecologicamente fértil e está recuperando o que se perdeu muito rapidamente.

Por causa crescimento lento dos corais e esponjas, os cientistas levantaram a hipótese de que essas áreas, quando exploradas, levariam séculos para se regenerar.

“No entanto, a teoria caiu por terra, pois em menos de cinquenta anos, boa parte dos recifes de corais cresceu e prosperou”, disse o professor adjunto de Oceanografia da Universidade Amy do Estado da Flórida, Baco Taylor.

“Recentemente, exploramos esses locais para ver se havia algum sinal de recuperação. Ficamos surpresos ao encontrarmos evidências muito sólidas de que diversas espécies estão retornando para essas áreas.”

“Este é um excelente exemplo de como a proteção a longo prazo de áreas ambientais permite a recuperação de espécies vulneráveis”, acrescentou o professor.

Baco e sua equipe publicaram a descoberta no periódico científico Science Advances.

 

Fonte: https://razoesparaacreditar.com/meio-ambiente/recifes-corais-protecao-recuperacao/

PECCA – Programa de Educação Continuada em Ciências Agrárias

LogoPECCAUFPR

 

PECCA

Programa de Educação Continuada em Ciências Agrárias

 

O PECCA é um Programa de Educação Continuada da UFPR e há 18 anos oferece cursos a distância na área de Ciências Agrárias.

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A aprendizagem é contínua, através da troca de informações com professores e colegas de curso. Proporciona flexibilidade, de onde você estiver, basta um acesso à internet para assistir suas aulas. Você poderá se aprofundar naquilo que realmente lhe interessa.

O acesso ao conteúdo é através da plataforma de aprendizagem: com aulas gravadas, apostilas, materiais de apoio e atividades avaliativas.

Cabe ao aluno gerenciar seu tempo para assistir todos os vídeos, ler o material de apoio e cumprir os prazos das atividades propostas.

Uma vez por módulo tem uma aula ao vivo, que ocorre durante a semana após às 18h.

E são somente dois momentos presenciais: Encontro Presencial e a defesa do TCC.

 

Fazer um curso certificado por uma das mais renomadas Universidades do país, a UFPR, e com a praticidade do EAD! Este será um grande diferencial em seu currículo

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Professor da UFPR participa de debate mundial sobre água a convite da Unesco

Professor Marco Tadeu Grassi, do Departamento de Química. Foto: Marcos Solivan/Sucom

O professor do departamento de Química da Universidade Federal do Paraná, Marco Tadeu Grassi, irá participar, a convite da Unesco, da Semana Mundial da Água, organizada pela Stockholm International Water Institute, em Estocolmo, na Suécia. O professor foi convidado para apresentar um diagnóstico sobre a situação da América Latina e do Caribe no painel “Poluentes emergentes na água: ameaças invisíveis à saúde e aos ecossistemas”.

Em dezembro do ano passado o professor participou, em Campinas, de um workshop do Programa Internacional de Hidrologia, também da Unesco. Representantes de mais de dez países, entre latinos e caribenhos, se reuniram para mapear o estado da arte da pesquisa e ações governamentais sobre contaminantes emergentes na região. Agora, ele representa o grupo e se reúne com especialistas de outras regiões, como África e países árabes, para encaminhar questões sobre manejo dos dos chamados poluentes emergentes e desenvolvimento de políticas públicas para o setor.

Segundo Grassi, os contaminantes emergentes têm sido bastante estudados no Brasil, “apesar da vertiginosa queda dos investimentos nos últimos quatro anos”. Segundo ele, em alguns países não há qualquer pesquisa relacionada à temática. Estes poluentes são considerados um novo desafio para o tratamento da água e do esgoto e se relacionam ao consumo e utilização de produtos farmacêuticos e de cuidado pessoal, agrotóxicos, produtos de limpeza, produtos químicos de uso industrial e microplásticos.

De acordo com o professor, que coordena o Grupo de Química Ambiental da UFPR e também é vice-coordenador do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Analíticas Avançadas (INCTAA), o mercado de fármacos e produtos de higiene e cuidado pessoal no Brasil é o segundo maior do mundo. Já com relação ao uso de agrotóxicos, o país é líder mundial. “Mas em termos de saneamento, nos assemelhamos a países não desenvolvidos e temos inúmeras deficiências, o que representa um risco”, explica.

O risco ocorre porque os poluentes ou contaminantes emergentes não são considerados na legislação ambiental atual, embora o aumento no consumo e a presença na água possam representar ecotoxicidade e efeitos ainda desconhecidos no corpo humano. “Estes produtos não são legislados, não fazem parte do monitoramento da qualidade da água”, comenta Grassi. Entre os efeitos possíveis, há desde os ecológicos até os problemas à saúde humana, já que pesquisas identificam hormônios entre os novos resíduos presentes na água.

A proposta da Unesco é discutir o assunto em profundidade com especialistas que irão apresentar resultados dos workshops regionais. O site do evento indica “um diálogo participativo e aberto que envolverá tomadores de decisão, profissionais da água e outras partes interessadas para discutir respostas políticas sobre a gestão de poluentes emergentes com base nas evidências científicas disponíveis”.

Estas medidas serão discutidas também tendo como base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, as 17 metas globais estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas, que preveem por exemplo água limpa e saneamento para todos. “Vamos falar sobre a importância do financiamento e desenvolvimento de pesquisas sobre o tema, pois há países que não têm nenhuma pesquisa, diferente do que ocorre no Brasil. Estas discussões devem contribuir para a geração e/ou aprimoramento de políticas públicas para o meio ambiente e saúde pública”, complementa.

Grassi tem participado e liderado pesquisas sobre o assunto em parceria com outros pesquisadores da UFPR e com outras instituições do Brasil. Ele será o único painelista a representar uma universidade no debate promovido pela Unesco. A Semana Mundial da Água ocorre de 25 a 30 de agosto e é considerada o principal movimento de transformação e desafios globais da água.

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/professor-da-ufpr-participa-de-debate-mundial-sobre-agua-a-convite-da-unesco/

Editora UFPR disponibiliza novos livros digitais para download gratuito; já são 32 no total

A Editora UFPR disponibilizou mais cinco livros digitais para download gratuito. Essas obras já contam com versão impressa (comercializada pela editora em seu site e na Livraria UFPR, no Campus Reitoria) e agora passam a estar disponíveis na versão digital (em formato PDF).

Para ter acesso às obras digitais, é preciso acessar o site da Editora UFPR ou a página do Repositório Digital Institucional da UFPR.

Entre as obras disponibilizadas neste momento está o livro de poesias “Itinerários”, de Thássio Ferreira, vencedor em 2018 do 1.º Concurso Literário promovido pela Editora UFPR.

A editora já disponibilizou, na soma, 32 obras para download gratuito. Entre eles, é possível destacar o “Manual de normalização de documentos científicos”, além de livros de direito, medicina, educação, história e biografias.

Acesso

Segundo a Editora UFPR, a intenção desta ação é democratizar o acesso às suas obras. Criada em 1987, a Editora UFPR tem como objetivos transformar pesquisas desenvolvidas na universidade em livros, bem como promover a aproximação entre o conhecimento acadêmico e a sociedade.

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Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/editora-ufpr-disponibiliza-novos-livros-digitais-para-download-gratuito-ja-sao-32-no-total/

Inventário inédito realizado na UFPR vai registrar patrimônio geológico do PR

Das Cataratas do Iguaçu ao Parque Estadual de Vila Velha, passando pela ainda pouco explorada Bacia Sedimentar de Curitiba. O patrimônio geológico do Paraná, considerado rico e diversificado, está prestes a se tornar mais conhecido, inclusive por leigos. Um grupo de pesquisa de Geologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) trabalha na realização de um inventário inédito, que, quando pronto, será o segundo da história do país.

Professor Luiz Alberto Fernandes e a doutoranda Fernanda Caroline Borato Xavier; abaixo (esq), Cataratas do Iguaçu e geossítio Guabirotuba. Foto: Amanda Miranda/Divulgação.

Hoje, em escala estadual, somente São Paulo tem registros sistematizados de sua geodiversidade. A prática é mais difundida nos países europeus. E foi por lá que o estudo realizado no Grupo de Pesquisa em Geoconservação e Patrimônio Geológico começou. A partir de métodos aplicados lá fora, a pesquisadora Fernanda Caroline Borato Xavier produziu adaptações a serem aplicadas no Brasil. Sob orientação do professor Luiz Alberto Fernandes ela chegou a mais de 260 pontos de interesse.

Geossítios são lugares de interesse geológico que ajudam a explicar a formação do planeta, daí a importância de conhecê-los e conservá-los. “Um inventário é de interesse do Paraná porque não conhecemos o patrimônio geológico do estado e é preciso conhecê-lo para planejar ações de gestão”, explica Fernandes.O trabalho de Xavier consiste em adaptar os métodos utilizados fora do país, localizar os geossítios a partir de pesquisa bibliográfica, entrevistar professores e pesquisadores sobre as características e relevâncias destes pontos e ir a campo para inventariá-los. O inventário terá um ranking com avaliações sobre o interesse científico, didático, turístico e a vulnerabilidade do local.

A Bacia Sedimentar de Curitiba, transformada no Parque Paleontológico Formação Guabirotuba, será um dos destaques do inventário. Com o que já se conhece sobre o local, área de 16 hectares que é considerada um tesouro paleontológico por conta do registro de fósseis de animais vertebrados, é possível assegurar alto interesse científico e didático. “É um dos 20 lugares da América do Sul e um dos três do Brasil com vertebrados de 40 milhões de anos”, explica Fernandes. Já os pontos turísticos, como as Cataratas do Iguaçu e o Parque Estadual de Vila Velha, também serão inventariados e ranqueados.

O ranqueamento é importante para que se conheça de forma mais profunda as especificidades de cada geossítio. “Existem afloramentos que não são cênicos, não são bonitos, mas que são raros em termos científicos”, explica Xavier. Esta raridade é considerada de alto valor científico e didático, pois, a exemplo do que acontece na Bacia Sedimentar de Curitiba, registra elementos importantes para se compreender a evolução da história geológica da região. A pesquisa também irá apresentar indicadores sobre vulnerabilidade, o que pode contribuir com estratégias de conservação.

Segundo Fernandes, o inventário será constantemente atualizado com novas informações. “O inventário da pesquisa busca inovações, não aplica apenas conceitos prontos”, comenta. Por conta do seu ineditismo, poderá servir como base para pesquisas em Geologia, História, Geografia, Biologia e Paleontologia, entre outras. A preocupação didática e cultural também faz parte dos interesses do grupo, já que, uma vez conhecido o potencial científico de um sítio, será possível a criação de museus e seu potencial turístico também poderá ser explorado.

O caso da Bacia Sedimentar de Curitiba também é um bom exemplo. Localizado às margens de uma rodovia, próximo a um lixão e sem apelo cênico, o local escondia verdadeiros tesouros, com registros de fósseis como tatu gigante, marsupial carnívoro, cágado e aves gigantes. “Como este, outros locais importantes podem ser perdidos, se não tivermos um inventário do patrimônio geológico do Paraná”, destaca o professor.

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/inventario-inedito-realizado-na-ufpr-vai-registrar-patrimonio-geologico-do-pr/

UFPR está entre as instituições que mais produzem ciência sobre grafeno no Brasil; veja como o material é estudado

Um levantamento na base de citações Web of Science aponta que a UFPR é a 11ª instituição de pesquisa do Brasil que mais produziu trabalhos científicos sobre o grafeno — um material à base de carbono que tem levantado interesse nos últimos dez anos por possuir qualidades como leveza, resistência e condutibilidade. O dado considera trabalhos sobre o material que estão enumerados na série histórica da base, mantida pela companhia Clarivate Analytics, até o último dia 31 de julho. Todas públicas, as 11 universidades brasileiras que mais produzem sobre o grafeno responderam por 1,26% da produção científica mundial (na ordem: Unicamp, USP, UFMG, Uerj, UFC, Unesp, Ufscar, UFF, UFRJ, UFRGS e UFPR).

Na UFPR, as pesquisas sobre o grafeno mobilizam diversas áreas de conhecimento, especialmente a físico-química, as ciências de materiais e a química multidisciplinar (veja o gráfico abaixo). Segundo o Web of Science, os primeiros trabalhos foram publicados em 2011, um ano após a entrega do Nobel de Física aos dois cientistas de origem russa que isolaram o material. Até agora, o pico de publicações na universidade ocorreu em 2017, com 26 papers dos 103 já editados. Segundo o banco, os trabalhos acumulam 1.462 citações.

Grafeno é uma forma micro-organizada do carbono, com qualidades relevantes, como resistência, maleabilidade e condutibilidade. Imagem representa lâmina de grafeno. Crédito: AlexanderAlUS/Wikimedia Commons, 31/5/2011

 

Uma meta das pesquisas na UFPR está na produção do grafeno com qualidade e em grande escala, uma vez que o material é formado por uma única lâmina de átomos de carbono. O grafeno é o bloco construtor do grafite, que é encontrado na natureza — principalmente no Brasil, que possui a segunda maior reserva de grafite do mundo –, mas sua extração do grafite é bastante difícil.

Por conta disso, nos últimos anos, saíram do Grupo de Química de Materiais (GQM) da UFPR, ligado ao Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ), em Curitiba, trabalhos que permitiram sugerir à comunidade científica modos diferentes de produzir o grafeno com os critérios de escala e qualidade. A produção de grafeno pelos laboratórios do GQM já gera insumos para várias pesquisas na UFPR, que envolvem o desenvolvimento de baterias, células fotovoltaicas e processos para destruir pesticidas e armas químicas.

“O desafio é criar grafeno de forma barata, em condições brandas e sem grandes equipamentos, mas com a qualidade que mantenha as principais características dele. É um material com qualidades fantásticas, que têm sido estudadas na UFPR em várias frentes”, conta o professor e pesquisador Aldo J. G. Zarbin, que coordena o grupo de pesquisa. Ele aparece no Web of Science entre os cinco principais autores de trabalhos sobre o grafeno no Brasil no período mencionado.

Criação

Os estudos no GQM já viabilizaram o desenvolvimento de duas formas de gerar grafeno, com metodologias totalmente diferentes. O primeiro trabalho foi publicado em 2013, com a defesa de doutorado no PPQG do pesquisador Sérgio Humberto Domingues, que já havia concluído o mestrado no programa. A tese traz um novo caminho para a produção do grafeno, chamada de “rota mecanoquímica”, que combina processos físicos e químicos para produção do nanomaterial — o método prevê esfoliação direta do grafite (composto de carbono) em meio líquido. Outra metodologia, também desenvolvida na mesma tese de doutorado, foi através de um processo  de oxidação do grafite para em seguida produzir o óxido de grafeno reduzido, uma estrutura análoga ao grafeno.

“O grande apelo em relação a esse método de síntese ficou centrada na facilidade, reprodutibilidade e também por ser uma metodologia baseada em processos químicos que permitiam produção do material em grande escala”, explica Domingues, hoje professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, onde coordena o grupo de pesquisa no Centro de Pesquisa Avançada em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologia (MackGraphe). O doutorado na UFPR marcou o primeiro contato do pesquisador com o grafeno, sob a orientação de Zarbin, e a tese recebeu menção honrosa no Prêmio Capes de Tese de 2014.

Na contramão da primeira metodologia para produzir grafeno criada no GQM — que partia de um material  macro, o grafite, para chegar ao nanomaterial –, outra tese apresentada em 2018 descreve rota de produção através de síntese química. Mesmo em condições brandas (temperatura e pressão ambientes), a pesquisadora Laís Cristine Lopes mostrou como obter o grafeno por meio da agregação de moléculas simples. O artigo que descreve esse caminho foi publicado com destaque no periódico Chemical Science, da Royal Society of Chemistry, em agosto de 2018.

Por meio do aprimoramento da síntese, os pesquisadores da UFPR conseguiram obter a mair folha de grafeno produzida por processo químico já relatada, como reportado pela Royal Society of Chemistry. “Em vez de cortar o pão para obter uma fatia, que seria o grafeno, na síntese química se atua para juntar as migalhas do pão. A dificuldade é saber como organizar essas migalhas”, explica Zarbin.

Segundo Laís, um dos desafios do processo de desenvolvimento da metodologia foi a remoção de um remanescentes da síntese, o óxido de ferro. A dificuldade, porém, se mostrou producente porque permitiu que as amostras contribuíssem em outras investigações. “A presença desse subproduto, que tem espécies de ferro, no material final, possibilitou a aplicação das amostras como material para baterias aquosas e em dispositivo eletrocrômico”, conta Laís. A pesquisadora atualmente faz pós-doutorado na Universidade Estadual Paulista (Unesp) com enfoque voltado à aplicação do grafeno.

Um degrau que possibilitou a construção dos dois trabalhos começou anos antes no GQM, com os estudos do pesquisador Rodrigo Villegas Salvatierra, que concluiu mestrado e doutorado na UFPR  entre 2008 e 2014, sob orientação de Zarbin. No PPGQ, ele teve os primeiros contatos com nanomateriais e iniciou as pesquisas que levaram, mais à frente, à adaptação tanto do do método mecano-químico quanto o da síntese química  para a produção de grafeno. A tese de doutorado do Rodrigo Salvatierra foi a vencedora do Prêmio Capes de Tese de 2015, como a melhor tese de doutorado em química produzida no Brasil naquele ano.

Ambos os métodos partiram de constatações colaterais das pesquisas de Salvatierra para obtenção de dispositivos fotovoltaicos (que convertem energia solar em elétrica). Atualmente, o pesquisador investiga baterias de alta performance na Universidade Rice (EUA). “Certamente, minha experiência no doutorado e mestrado com grafeno e nanotubos de carbono contribui significativamente para esta e outras descobertas durante meu trabalho de pesquisa”.

Matemática

Produzir grafeno não é a única questão que envolve esse nanomaterial — é preciso também saber como usá-lo. Outra vertente de investigação do grafeno na UFPR abrange o uso de cálculos matemáticos para simulação das formas de aplicação do grafeno. “Por meio de testes teóricos é possível saber se o grafeno serviria para substituir certos tipos de metal ou poderia compor determinados dispositivos”, afirma o professor e pesquisador José Eduardo Padilha de Sousa, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia do Setor Palotina da UFPR. Padilha desenvolve estudos na área desde 2015 na universidade.

Por meio da ciência básica, já foi possível desenvolver, por exemplo, a ideia de aplicação de grafeno como material semicondutor em transístores (dispositivo que conecta um circuito elétrico, comum portanto em eletrônicos). Na UFPR, o pesquisador tem se dedicado a entender, por meio das simulações, como as camadas de grafeno são capazes de realizar contatos metálicos dentro de novos dispositivos e como as barreiras de contato são formadas nesses sistemas. “A teoria permite combinar materiais para compor dispositivos. É a melhor forma de testar esses arranjos sem ser por tentativa e erro dentro de um laboratório, ou seja, sem jogar dinheiro fora”.

O professor avalia que talvez o principal benefício da descoberta do grafeno tenha sido o desenvolvimento do campo de pesquisa de materiais bidimensionais, isto é, da ampla família da qual o grafeno faz parte. “Dentro dessa nova área, existem uma infinidade de novos materiais bidimensionais, que podem ser utilizados em diversas aplicações, indo desde a optoeletrônica até a nanoeletrônica. Nisso entram os dicalcogenetos  de metais de transição, o fosforeno, o borofeno e outros, todos materiais disponíveis com muitas potencialidades de aplicação”.

Confira a matéria completa: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/ufpr-esta-entre-as-instituicoes-que-mais-produzem-ciencia-sobre-grafeno-no-brasil-veja-como-o-material-e-estudado/

Fonte

UFPR oferece programa sustentável para o controle de carrapato em bovinos

Animais em tratamento (foto M. Molento)

 

A Universidade Federal do Paraná, através do professor Marcelo Beltrão Molento, do Departamento de Medicina Veterinária, criou o SICOPA – Sistema Integrado de Controle Parasitário, com o amplo objetivo de melhorar a saúde dos animais, quando o assunto é parasitologia, apoiado em uma série de metodologias diferenciadas e sustentáveis. O SICOPA tem 22 ferramentas que podem ser adaptadas de acordo com a necessidade e utilizadas por veterinários/as que atuam em fazendas no Brasil.

Somente no Paraná, são aproximadamente 10 milhões de bovinos (no Brasil são mais de 210 milhões) que sofrem com a incidência de carrapato durante o ano todo. Segundo o prof. Molento, o carrapato ‘Rhipicephalus microplus’ é um dos principais parasitos de bovinos no Brasil, causando um prejuízo aproximado de R$ 10 bilhões/ano. Este prejuízo se inicia com o sofrimento dos animais e envolve todos os outros elos dessa atividade. Associado a isso, o custo com o tratamento de doenças transmitidas pelo carrapato (Babesiose e Anaplasmose) pode chegar a outros R$ 20 bilhões/ano.

O clima propício e a falta de conhecimento epidemiológico fazem com que o controle deste parasito seja realizado de forma excessiva e sem muitos critérios técnicos.  A nova proposta é que o produtor não utilize tantos produtos químicos, cuidando da saúde dos animais e também para que a carne, leite e outros produtos derivados sejam menos contaminados. É importante informar que toda esta grande quantidade de produtos químicos pode afetar diretamente organismos vivos no ambiente, uma vez que são eliminados pela urina, fezes e até mesmo no leite – podendo parar na cadeia alimentar.

Uma novidade do SICOPA é o lançamento do Programa de Controle Seletivo do Carrapato Bovino. Usando a metodologia do tratamento seletivo, o tratamento contra o carrapato está sendo aplicado apenas nos animais mais contaminados, chamados de susceptíveis e não no rebanho todo, como era feito rotineiramente nas fazendas. O prof. Molento, do Departamento de Medicina Veterinária da UFPR, e que coordena o programa, explica que foram aprofundadas técnicas de controle seletivo especificamente para o carrapato dos bovinos, uma vez que temos conhecimento suficiente para apoiar os técnicos e beneficiar muito os animais. “Nosso maior impacto será na conscientização de técnicos e agentes de campo, com o uso de estratégias inovadoras, buscando um mundo mais crítico, complexo e sustentável. A visão integrada da pesquisa, extensão e ensino, é a base para estes desafios”.

Entre outras características, e para se chegar ao melhor monitoramento e eficiência do programa, o uso do tratamento seletivo requer mais empenho do médico veterinário/a, sendo fundamental que exista a contagem dos parasitos em todos os animais, para que assim se possa melhor identificar os indivíduos parasitados (susceptíveis). Ocorre que 60 a 70% dos animais não excede a contagem mínima e não serão tratados (manipulados, contidos, injetados). Os animais que recebem a menor quantidade de tratamentos são também os animais que permanecem no rebanho com mais facilidade e saúde. Os ganhos são muitos e nossos dados econômicos apontam para benefícios atraentes, mesmo sem computar a menor degradação ambiental, menor estresse animal e a manipulação desnecessária de animais saudáveis.

Para multiplicar o programa, estão sendo ofertados cursos de capacitação para técnicos e produtores, abrangendo a biologia do carrapato, a relação de co-evolução entre bovinos e os parasitos e aulas práticas de avaliação seletiva do rebanho. Esses cursos têm duração de dois dias e são ministrados tanto na UFPR, como em instituições parceiras. O Prof. Marcelo confeccionou ainda uma cartilha ampla e explicativa sobre o Programa de Controle Seletivo do Carrapato Bovino e teve o apoio do Ministério da Agricultura e Abastecimento para uma edição online gratuita. Produtores do Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul já aderiram o uso desta ferramenta em rebanhos de vários tamanhos. Após o curso, técnicos e produtores continuam se comunicando com a equipe da UFPR para obter assessoria para tirar dúvidas.

“Acredito que temos uma função importante e é possível, através de ferramentas incluídas no SICOPA, originalmente criado em 2004, buscar soluções muito mais sustentáveis”, afirma o professor Marcelo. Entre essas técnicas estão: o tratamento seletivo, com exame clínico individual dos animais, a avaliação da eficácia dos produtos antiparasitários, e a integração lavoura, pecuária e floresta, em um sistema mais holístico de cuidado com os animais. O SICOPA se adequa em propostas de agricultura sinantrópica, de baixo impacto e agroecológica, uma vez que busca a redução significativa de dejetos químicos nos animais e no ambiente. O professor aponta ainda que o SICOPA atende produtores que queiram fazer a transição da pecuária tradicional/intensiva para a agroecológica, com grande apoio científico. “Realizamos testes in vitro e moleculares para assegurar alguns pontos críticos”, diz ele.

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/ufpr-oferece-programa-sustentavel-para-o-controle-do-carrapato-em-bovinos/