UFPR sedia programação da 18ª Jornada de Agroecologia a partir desta quinta-feira (29); confira as atrações

Entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro, a Universidade Federal do Paraná será sede da 18ª Jornada de Agroecologia, em Curitiba. Focado em apresentar essa forma de agricultura que tem como princípios humanização, sustentabilidade e caráter popular, o evento é considerado um dos maiores de fomento a práticas agroecológicas do Brasil.

A programação inclui feira de orgânicos, oficinas, shows e atividades culturais. A conferência de abertura está marcada para quinta-feira (29), às 18 horas, no Teatro da Reitoria da UFPR.

Um palco montado em frente ao Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná vai receber dezenas de shows gratuitos. Entre os artistas confirmados estão Odair José, Lirinha, Tulipa Ruiz, a escola de samba curitibana Leões da Mocidade e o grupo de fandango caiçara Mandicuera, da Ilha de Valadares.

A Feira da Agrobiodiversidade Camponesa e Popular e Culinária da Terra, que integra a Jornada, deve reunir 100 grupos de produtores na Praça Santos Andrade. Estarão presentes 21 cooperativas do Paraná, a cooperativa central da reforma agrária do Rio Grande do Sul, a cooperativa central da reforma agrária de Santa Catarina, aproximadamente 15 grupos quilombolas, indígenas e da agricultura familiar em geral. Outros 20 empreendimentos da economia solidária também vão integrar o espaço.

Bel Coelho, chef do restaurante Clandestino, vai preparar um prato agroecológico na Culinária da Terra dia 1º, a partir das 10h30. Os artistas Fábio Assunção e Guta Stresser também confirmaram presença na Jornada.

Programação simultânea

A 18ª Jornada de Agroecologia vai ocorrer de forma simultânea em três locais:

1. Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Além de receber a abertura da Jornada, no dia 29, o Complexo da Reitoria da UFPR também receberá outras conferências e seminários ao longo da programação.
O Pátio da Reitoria será ocupado pelo “Túnel do Tempo”, que nesta edição tem como tema “História da luta pela terra e a construção da soberania popular no Brasil”. O Túnel é um museu popular da Jornada, organizado por estudantes e professores de escolas do campo. Ele apresenta a história luta pela terra por meio de diferentes linguagens e de forma interativa. Além do conteúdo educativo e histórico, o Túnel é uma oportunidade de encontro entre estudantes do campo e da cidade. Ele estará aberto para visitas nos seguintes dias e horários:
Dia 29/08, das 11h às 20h
Dias 30 e 31/08, das 8h às 20h

2. Praça Santos Andrade – Com a Feira da Agrobiodiversidade Camponesa e Popular e Culinária da Terra e grandes shows culturais. A feira ocorrerá nos seguintes dias e horários:
Dia 29/08, das 10h às 20h
Dias 30 e 31/08, das 8h às 20h
Dia 1º/09, das 8h às 16h

3. Boca Maldita – Com o espaço “Conhecimento em Movimento: na rua pela educação pública”, que irá expor projetos de pesquisa extensão de universidades públicas, com palestras, oficinas e lançamento de livros. A programação para este local será:
Dias 30 e 31/08, das 8h às 20h

Jornada

A Jornada de Agroecologia é realizada pelo segundo ano consecutivo na capital paranaense e considerada um dos maiores eventos de fomento a práticas agroecológicas do Brasil. Cerca de 70 entidades participam da organização do evento, entre elas setores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Terra de Direitos e Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo (Cefuria).

18ª Jornada de Agroecologia
Data: de 29 de agosto a 1º de setembro
Local: Reitoria, Praça Santos Andrade e Boca Maldita.
Mais informações: no site da jornada

Confira a programação completa em:
https://jornadadeagroecologia.org.br/2019/08/16/programacao-geral-da-18a-jornada-de-agroecologia/

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/ufpr-sedia-programacao-da-18a-jornada-de-agroecologia-a-partir-desta-quinta-feira-29-veja-a-programacao/

Logística florestal: Uma integração entre a produção florestal e a distribuição do produto final

É possível chamar de logística florestal o conjunto de sistemas logísticos que compõem a cadeia produtiva florestal: logística de abastecimento ou inbound; logística de produção, interna ou industrial; e logística de distribuição ou outbound.

 

O setor florestal brasileiro está fortemente focado na produção de produtos originários de plantios florestais de basicamente dois gêneros: Pinus spp. e Eucalyptus spp. Segundo dados da Indústria Brasileira de Árvores, responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas no Brasil, a área de árvores plantadas para fins industriais no país totalizou 7,84 milhões de hectares em 2018, sendo responsável por 90% da utilização para fins industriais. Deste total, 5,84 milhões de hectares são ocupados por plantios de eucalipto, localizados principalmente nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul, enquanto os plantios de pinus ocupam 1,6 milhões de hectares, concentrando-se, principalmente, nos estados do Paraná e Santa Catarina.

Do ponto de vista econômico, o setor de florestas plantadas tem crescido a cada ano, sendo responsável por 1,1% de toda a riqueza gerada no País e cerca de 6,2% do PIB industrial. Além disso, a indústria de árvores plantadas é responsável pela geração de R$ 11,4 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais, correspondendo a 0,9% de toda a arrecadação do País. Mesmo com o país passando por uma situação econômica complicada, a indústria de base florestal fechou 2017 com superávit de US$ 9 bilhões, ou seja, cresceu cerca de 15% em relação a 2016.

“Os produtos gerados pelo setor de florestas plantadas representam quase 4% do total das exportações brasileiras, o que mostra a importância das operações de logística outbound para o desempenho do setor”, comenta o professor-doutor Renato Robert, coordenador do Laboratório de Abastecimento e Mecanização da Universidade Federal do Paraná (Fone: 41 3360.4273). Renato possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (1999), mestrado em Sustainable Forestry And Land Use Management pela Albert-Ludwigs Universität Freiburg Alemanha (2004) e doutorado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (2013). Atualmente é professor naquela Universidade e coordena o curso a distância de Logística Florestal e o MBA em Gestão Avançada em Logística Florestal a ser lançado em 2020.

Ainda segundo o professor-doutor, as produtividades alcançadas pelas florestas plantadas brasileiras alcançam índices muito altos quando comparados com os de outros países. O rápido crescimento das árvores no Brasil implica em um grande volume de toras e biomassa que deve ser aproveitado ao máximo a partir da otimização das operações logísticas.

“A importância da logística no setor vem sendo evidenciada a partir de uma análise simples acerca da estrutura administrativa das grandes empresas do setor: até pouco tempo atrás, estas empresas não possuíam um departamento ou gerência específica de logística e, atualmente, esses setores especializados de gestão logística das empresas, em alguns casos, vêm incorporando até mesmo a área de colheita de madeira, mostrando, assim, uma visão mais ampla do conceito de logística na cadeia produtiva, pois a colheita é fundamental para o planejamento e a execução do transporte.”

 

Operação

Em relação a como é a operação neste setor, Renato diz que, basicamente, é possível chamar de logística florestal o conjunto de sistemas logísticos que compõem a cadeia produtiva florestal: logística de abastecimento ou inbound; logística de produção, interna ou industrial; e logística de distribuição ou outbound.

“As operações são mais complexas e envolvem muitas operações na fase de abastecimento, uma vez que a carga transportada se encontra na forma de toras de madeira e cavacos, na sua grande maioria. Já a logística interna é muito dependente da natureza do produto que será obtido após o processo de industrialização e pode ter características que envolvem enorme quantidade de matéria prima com pouca diversidade até pouca quantidade com alta diversidade de matéria prima – sortimentos de madeira.”

A natureza do produto a ser manufaturado influencia muito o tempo de estocagem em campo ou nos pátios das indústrias, uma vez que a madeira pode ser suscetível a danos devido a pragas, tensões de crescimento e outros. “Eu diria que esta é uma das razões em que saber e ter experiência de trabalho com madeira e suas especificidades garante um bom perfil profissional exigido para a área de logística florestal.”

 

Diferenciais

Com relação aos diferenciais da logística no setor florestal, o professor-doutor diz que o grande diferencial está na movimentação, na característica e na medição da madeira.

Diferentemente de outros produtos, a madeira necessita de métodos específicos de medição de suas dimensões, sejam estas feitas em madeira roliça (toras), cavacos, madeira serrada, lâminas, painéis, etc. Uma floresta é quase sempre inventariada e medida em volume de madeira presente na mesma, enquanto que, após passar pelas transformações a partir da derrubada das árvores, este volume deve ser transformado em peso ou massa devido à exigência legal dos pesos das cargas a serem transportadas, ou seja, o transporte a partir da carga máxima permitida a ser transportada é um grande balizador dentro deste processo.

“Fica, portanto, dentro deste processo um grande desafio que consiste na determinação com acurácia do fator de transformação do volume das florestas obtido em metros cúbicos para quilogramas ou toneladas, uma vez que a relação água-madeira é uma questão de grande complexidade. Como consequência, é comum ouvir que nas operações de transporte de madeira se paga, além da madeira, a água que vem transportada junto com ela. Como exemplo eu diria que devem ser analisados com mais detalhes os modelos de tarifa em reais por tonelada e reais por viagem, em que são expostas frequentemente a variações de produtividade, mas não de caixa de carga, o que traz um menor risco em relação aos modelos de tarifa em reais por tonelada e reais por metro cúbico, que são mais focados na acurácia e na qualidade das operações logísticas envolvidas no processo.”

Além destes detalhes – continua Renato – alguns cases logísticos do setor envolvem a operação com diferentes modais de transporte, como é o caso do recebimento e expedição dos produtos para a fábrica da Suzano em Aracruz, no Espírito Santo. A madeira chega por trem, caminhões e por barcaças pelo mar e é a partir dali exportada pelo Portocell, que é dedicado a estas operações. A cabotagem de produtos manufaturados também é um exemplo interessante em alguns casos onde existe uma longa distância entre o local de produção e o destino do produto e o tempo de entrega do produto não é tão apertado.

Além disso, realizar o corte e a extração de madeira e o carregamento e descarregamento exige muita perícia e destreza dos operadores de máquinas que realizam estas operações, sendo, portanto, necessários o treinamento e a capacitação desta mão de obra.

 

Problemas

Renato também fala sobre os problemas enfrentados na logística neste setor, e como poderiam ser solucionados.

Um dos problemas da logística de abastecimento de madeira é relacionado à questão da localização dos plantios florestais. Devido a fatores de valorização dos terrenos destinados a culturas agrícolas, muitas empresas florestais optam por realizar seus plantios em áreas onde a topografia do terreno não é agricultável, mas, sim, possível de ser plantada com espécies florestais. Nestes casos, as declividades dos terrenos podem chegar até 37 graus, o que implica em dizer que as estradas para escoar a produção destes locais possuem maiores declividades e mais curvas, necessitando de mais manutenção e, consequentemente, menor velocidade dos veículos. Além disso, a complexidade da colheita de madeira é maior devido a particularidades do terreno e à necessidade de segurança máxima nas operações.

“De modo geral, a infraestrutura das estradas que escoam a produção dos produtos florestais, seja de florestas plantadas ou de nativas, carece de uma atenção mais especial devido à premissa de que onde há floresta há chuva, ou seja, o desafio aumenta para realizar o transporte de produtos florestais em estradas não pavimentadas em áreas úmidas e muitas vezes com declividade e muitas curvas.”

A solução – segundo o professor-doutor – estaria dentro de uma política de entendimento, por parte dos stakeholders no transporte florestal, baseada no conceito de que os valores e a força de trabalho dispensada nas ações de melhoria em estradas florestais não se tratam de custos e, sim, de investimentos, uma vez que o horizonte de resposta dado por estas ações é de longo prazo.

Por outro lado, o setor florestal deve estar atento à logística outbound para que um comportamento similar ao que ocorre com as commodities agrícolas não ocorra com os produtos florestais, citando como exemplo os fretes de retorno com origem no Estado do Mato Grosso, que hoje possuem valores muito altos devido à grande oferta destas commodities.

Para os produtos florestais de planos de manejo florestal sustentáveis, o grande desafio está em buscar um mercado que absorva a produção a preços justos, uma vez que a competitividade dos produtos legalizados tem uma concorrência muito forte no que se refere a preços com a de produtos provenientes de áreas de desmatamento.

 

Novidades

Renato também destaca que são muitas as novidades na logística neste segmento. A iniciar pela adoção do termo Logística Florestal 4.0 com mais frequência, mesmo que ainda em processo de consolidação.

“A Logística Florestal 4.0 pode ser definida como a reestruturação dos processos e atividades logísticas que ocorrem nas operações florestais, adaptando-os à tecnologia digital e de automação. Estas tecnologias são promovidas pela transformação nos modelos de negócios em geral, por meio da adoção de cloud computing; big data; internet das coisas; telemetria; inteligência artificial; digital twin; machine learning e outras tecnologias voltadas à conectividade e ao uso inteligente e preditivo da informação.”

O uso de telemetria e os dados obtidos com esta tecnologia, aliados a processos de gestão de pessoas, também são características deste setor, uma vez que diferentemente de outros setores, a indústria florestal possui um rigoroso sistema de certificação de suas atividades, a conhecida certificação florestal.

“Posso citar aqui uma situação bastante comum observada no transporte de toras de madeira. Devido ao porte e pesos dos veículos de transporte e das condições das estradas ao trafegar em determinados locais, a geração de poeira pelos veículos é bastante grande. Essa poeira pode gerar problemas para as comunidades vizinhas à operação de transporte. Os dados de telemetria e rastreabilidade podem gerar informações sobre a velocidade em que veículos passaram em locais onde se deve reduzir a velocidade devido à geração de poeira e, uma vez detectadas as irregularidades de condução por parte de motoristas, as ações de gestão podem ser realizadas, como reciclagem e palestras de conscientização dos motoristas”, explica Renato.

Além disso, existem cabines móveis que permitem o carregamento do veículo sem que o motorista saia do mesmo e o uso de tecnologias, como gruas operadas por realidade virtual, como a Hivision. Ela consiste em um sistema baseado nos recentes avanços dos óculos de realidade virtual, câmeras e conectividade, permitindo que o usuário possa operar uma grua florestal de dentro da cabine do caminhão.

“Eu também citaria como novidade o interesse demonstrado por grande parte de profissionais do setor florestal que estão cada vez mais buscando aperfeiçoamento nesta área”, finaliza Renato.

 

Fonte: http://www.logweb.com.br/logistica-florestal-uma-integracao-entre-producao-florestal-e-distribuicao-do-produto-final/?fbclid=IwAR3Ept4LkKHaqLN_q2wpBP6fkgJnREMeS0nMlGTXSWUp_owZN4PO04tuNl4

Cientistas da UFPR contribuem com a organização da biodiversidade das moscas e mosquitos

Um trabalho minucioso, que envolve desde cortes precisos para analisar cada parte do animal, até uma obstinação para identificá-lo a partir do lugar onde ele estava e de suas relações com o ambiente. Os processos que ocorrem todos os dias no Laboratório de Biodiversidade e Biogeografia de Diptera, coordenado pelo professor Claudio José Barros de Carvalho, do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), levaram à identificação de diferentes insetos no mundo e, por isso, são considerados referência no Brasil.

As pesquisas compartilham o apreço científico por insetos que, na opinião popular, são tratados como pragas, mas que na Biologia representam a chance de aperfeiçoar um tipo de conhecimento quase invisível: aquele que é produzido pela ciência básica. É a partir da identificação e do detalhamento dos espécimes que eles passam a existir e, com isso, a ter validade científica para outras pesquisas.

Equipe do Laboratório de Biodiversidade e Biogeografia de Diptera produz ciência básica de excelência (Fotos: Marcos Solivan/Sucom)

A beleza dos insetos, mais precisamente dos dípteros, é consensual entre os pesquisadores que dedicam a vida a estudá-los. Suas cores e formas, analisadas em microscópios, revelam características que passam despercebidas por quem os considera como pragas. “O Homem veio depois do inseto, então o conceito de praga é relativo”, brinca Carvalho.
Diante de exemplares que formam a segunda maior coleção do Brasil, os pesquisadores fazem um tipo de trabalho que desperta curiosidade, mas que exige tempo, investimento e rigor. “Essa espécie estava na natureza e não existia. Com o trabalho que fazemos, ela passa a existir. A partir disso nós vamos descrevê-la e relacioná-las com outras”, explica.

O trabalho em nível de detalhe é essencial para contribuir com a organização da biodiversidade. Segundo Carvalho, o Brasil é um país com alta diversidade. Possui cerca de 15% de todas as espécies conhecidas no mundo: muitas delas passaram a ter nome e identificação ali, junto às pesquisas do laboratório da UFPR, em uma produção de conhecimento que se espalha e dissemina pelo mundo. “No exterior, ex-estudantes atuam como professores ou pesquisadores na República Dominicana, Estados Unidos e Canadá”, comenta.

Uma das pesquisadoras formadas por essa rede, a cientista Jessica Gillung, fez iniciação científica no laboratório e hoje está fazendo pós-doutorado nos Estados Unidos. Ela irá a Londres receber o Prêmio Marsh, da Royal Entomological Society, no dia 21 de agosto.

Confira a matéria completa

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/cientistas-da-ufpr-contribuem-com-a-organizacao-da-biodiversidade-das-moscas-e-mosquitos/

UFPR busca solução para tratamento de novos contaminantes das águas

Eles são invisíveis e tem efeitos desconhecidos nos animais e no corpo humano. Mas, mesmo em baixa concentração, requerem atenção e cuidado: de hormônios a fármacos, passando por toxinas de algas, os contaminantes emergentes encontrados na água das grandes cidades devem ser tratados para que não gerem problemas ao meio-ambiente e à saúde. Uma pesquisa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) propõe soluções para controlar o problema.

O trabalho da professora do Departamento de Farmacologia, Helena Cristina da Silva de Assis e da pós-doutoranda Sabrina Calado planeja prevenir para não ter que tratar doenças que podem, inclusive, levar à morte. Segundo Helena, os novos contaminantes estão por toda a parte, mesmo que em baixa concentração. “Na Europa, substâncias como diclofenaco já são consideradas perigosas. E nós temos concentrações mais altas do que permitidas lá na água dos nossos rios ”, explica.

Pesquisadores buscam alternativas para tratar contaminantes nas águas. Da esquerda para a direita: doutorando Augusto da Silveira, professora Helena Cristina da Silva de Assis e a pós-doutorando Sabrina Calado (Fotos: Marcos Solivan/Sucom)

 

Esses contaminantes podem também ser encontrados na água potável, pois os processos convencionais de tratamento não dão conta de eliminá-los. Como eles estão diretamente relacionados ao padrão de consumo e à urbanização, a tendência é que aumentem, em número e quantidade. “Nós já identificamos efeitos tóxicos para os peixes e questionamos o que pode causar para a população”.

Um dos exemplos estudados pelas pesquisadoras e pelo acadêmico de doutorado Augusto da Silveira é o das microcistinas eliminadas pelas cianobactérias, que se reproduzem e geram uma floração capaz de produzir toxinas com efeitos nocivos ao fígado e até mesmo ao sistema neurológico.Esses organismos se alimentam da matéria orgânica por isso podem ser encontrados, principalmente em regiões onde não tem tratamento de esgoto. A pesquisa analisou os reservatórios de Alagados e Iraí, ambos no Estado do Paraná. Em Alagados, por exemplo, foi possível identificar um milhão de cianobactérias neurotoxinas por mililitro de água, quando o ideal, na água bruta, sem tratamento, deveria ser de 20 mil por mililitro de água. O músculo dos peixes coletados na região também indica a presença das toxinas .

Opção ecológica

O desequilíbrio com relação à presença de novos contaminantes nas águas pode causar problemas ambientais – como por exemplo na reprodução dos peixes – e à saúde, dos animais e do homem. Um sistema com macrófitas, plantas aquáticas que funcionam como filtros naturais, pode ser uma solução ecológica e de baixo custo para sanar o problema.

A pesquisa desenvolvida na UFPR chegou a resultados satisfatórios de tratamento de novos contaminantes utilizando apenas as macrófitas. As pesquisadoras submeterem as plantas, completamente submersas, a concentrações de paracetamol, diclofenaco e microcistina. Elas filtraram 50% do paracetamol, 93% do diclofenaco e 100% das toxinas das cianobactérias. “A planta acumulou os contaminantes em seu tecido, uma solução barata e natural”, reforça Helena.

Agora, a ideia é fazer novas rodadas do estudo, em diferentes condições: usando a água filtrada pelas macrófitas com peixes e, depois, expondo o peixe na água com as macrófitas. Segundo Sabrina, é preciso verificar, por exemplo, se os animais não comem as plantas e também se eles não absorvem as toxinas enquanto elas estão passando pela filtragem natural.

A pesquisadora explica que a ideia seria utilizar esse sistema no pós tratamento da água potável, para que as macrófitas façam uma filtragem adicional na água e, com isso, eliminem os contaminantes emergentes que não são removidos nos tratamentos tradicionais. A proposta é desenvolver um piloto desse sistema para verificar seus resultados em escalas maiores, já nas estações de tratamento.

Métodos alternativos para um meio ambiente mais saudável

Helena, que recentemente foi premiada por sua atuação na área de toxicologia ambiental, tem pela frente o desafio de divulgar as 20 questões-chave de pesquisa da América Latina (AL), propostas após debates em nível mundial pela Sociedade de Toxicologia Ambiental e Química (SETAC).

Segundo ela, discutir a revisão na legislação é essencial. “A meta é ter toxicidade zero. Há uma preocupação com a gestão ambiental, o tratamento de efluentes, e o uso dos agrotóxicos”, comenta. A preocupação com a sustentabilidade também faz com que métodos alternativos – como o sistema criado na UFPR utilizando plantas – sejam cada vez mais importantes.

Os novos contaminantes, muitas vezes, são encontrados em baixa concentração, mas isso não afasta os riscos que podem causar. Hormônios como o estradiol, por exemplo, presente na urina da mulher por conta do uso da pílula anticoncepcional, podem chegar as águas dos rios e terem efeitos reprodutivos nos animais aquáticos. O mesmo acontece com os outros fármacos encontrados na água após serem consumidos em grande quantidade pela população.

O documento referendado pela SETAC contém questões para cinco áreas de estudo: química ambiental, ecotoxicologia, saúde e meio ambiente, avaliação de risco e gestão e política ambiental, sempre com foco na América Latina. A ideia é identificar necessidades internacionais de pesquisa para promover uma qualidade ambiental global mais sustentável. O efeito das mudanças climáticas, as metodologias para avaliar riscos, o impacto dos nanomateriais, microplásticos e os limites da legislação ambiental são algumas das questões contempladas no documento.

Em outubro, a Universidade Federal do Paraná irá sediar o I Workshop on Emerging contaminants in aquatic systems: Environmental management and risks to human health, no Setor de Ciências Biológicas, que irá debater o assunto. O evento é organizado pelos Laboratório de Toxicologia Ambiental e pelo Laboratório de Fisiologia de Plantas sob Estresse.

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/ufpr-busca-solucao-para-tratamento-de-novos-contaminantes-das-aguas/

UFPR é a única paranaense entre as melhores universidades do mundo de acordo com ranking acadêmico ARWU

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é a única universidade paranaense na lista de melhores instituições do mundo no ranking elaborado pela consultoria chinesa Shanghai Ranking Consultancy. A instituição é a sétima brasileira melhor avaliada.

Ranking Mundial Acadêmico de Universidades (ARWU, na sigla em inglês), elaborado desde 2003, é considerado um dos mais renomados mundialmente e analisa cerca de 1 mil instituições do planeta. Os critérios de avaliação incluem o número de professores ou diplomados que venceram prêmios Nobel ou medalhas Fields (o prêmio Nobel da matemática), o número de pesquisadores mais citados nas suas áreas e as publicações nas revistas científicas Science e Nature.

A avaliação é liderado pela universidade americana Harvard, que ocupa a posição pelo 17º ano consecutivo. Vinte e três instituições brasileiras aparecem no ranking, todas universidades públicas.

Brasil

Confira a lista das selecionadas: Universidade de São Paulo; Universidade Federal do Rio de Janeiro; Unesp; Universidade de Campinas; Universidade Federal de Minas Gerais; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Universidade Federal do Paraná; Universidade Federal de Goiás; Universidade Federal de Santa Catarina; Universidade Federal de São Paulo; Universidade Federal de Pelotas; Universidade Federal de São Carlos; Universidade Federal de Viçosa; Universidade de Brasília; Universidade Federal do Ceará; Universidade Federal de Pernambuco; Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Universidade Federal de Santa Maria; Universidade Federal da Bahia; Universidade Federal do Pará; Universidade Federal Fluminense; Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/ufpr-e-a-unica-paranaense-entre-as-melhores-universidades-do-mundo-de-acordo-com-ranking-academico-arwu/

UFPR realiza 1º Festival de Ciência, Cultura e Inovação com atividades gratuitas e abertas ao público em setembro

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) realiza o 1º Festival UFPR de Ciência, Cultura e Inovação de 23 a 29 de setembro, integrando diferentes eventos que antes aconteciam separadamente e algumas novidades. Feira do livro e de extensão, apresentações de trabalhos e resultados de pesquisa, palestras, workshops, feira gastronômica, apresentações culturais, ações educativas e serviços de saúde são algumas das atividades programadas. O Festival é gratuito e aberto ao público, tanto para a comunidade interna quanto para a externa à Universidade. Os locais que recebem a programação são a Praça Santos Andrade, Campus Reitoria, Campus Rebouças e Campus Botânico, em Curitiba.

O 1º Festival UFPR de Ciência, Cultura e Inovação integra a 11ª edição da Semana Integrada de Ensino Pesquisa e Extensão (Siepe), a XVII Feira do Livro Editora UFPR e a 38ª Semana Literária & Feira do Livro Sesc, além de outros eventos culturais. Também haverá ações oferecidas pelo Complexo do Hospital de Clínicas (CHC-UFPR) e pelo Setor de Saúde da UFPR, com atendimentos à comunidade. A ideia é potencializar essas atividades, mostrar as ações da Universidade para a comunidade e, ao mesmo tempo, economizar, otimizando gastos.

Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFPR, Francisco de Assis Mendonça, o Festival cria a oportunidade de mais interação entre a Universidade e a sociedade. “É uma semana em que a cidade terá um momento especial de dividir o dia a dia da Universidade, com atividades de pesquisa, extensão, cultura e saúde para todos”, diz.

A solenidade de abertura do Festival e da Siepe será no dia 23 de setembro, segunda-feira, às 19h30, no Teatro da Reitoria, com apresentações culturais e uma conferência. Ainda integra a programação uma sessão pública e solene do Conselho Universitário (Coun) no dia 24 de setembro, terça-feira, às 19h, no Teatro da Reitoria, com entrega de títulos de professores eméritos a Antonio Salvio Mangrich, Fábio de Oliveira Pedrosa e Sebastião Amaral Machado.

Siepe

A 11ª edição da Semana Integrada de Ensino Pesquisa e Extensão (Siepe) ocorre de 24 a 26 de setembro, na Reitoria, Prédio Histórico (Praça Santos Andrade) e Campus Rebouças – em Palotina e Toledo, a Siepe será de 1º a 3 de outubro. O evento acadêmico da UFPR é composto por cinco encontros temáticos, com apresentações de trabalhos, rodas de conversa, oficinas e feira de extensão. O evento abrange trabalhos de iniciação científica, inovação, extensão, atividades formativas e de inclusão e diversidade, que é novidade nesta edição. No ano passado, foram mais de 2,5 mil trabalhos apresentados e cerca de 10,5 mil participantes.

 

A coordenadora de iniciação científica da PRPPG, Larissa Ramina, explica que a proposta da Siepe dentro do Festival UFPR de Ciência, Cultura e Inovação é levar a Universidade para mais perto da população. “A ideia é movimentar o Centro da cidade, chamar a atenção da comunidade e mostrar o que a Universidade faz em termos de pesquisa e extensão, que resultam em benefícios para a sociedade”, diz.

Nesta edição, a Siepe contará com o 18º Encontro de Atividades Formativas (Enaf), o 18º Encontro de Extensão e Cultura (Enec), o 27º Evento de Iniciação Científica (Evinci), 12º Evento de Inovação Tecnológica (Einti) e o 1º Encontro Diversidade e Inclusão Social na Pesquisa e Extensão (Edispe).

A organização é da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG), Pró-reitoria de Graduação (Prograd), Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec) e Superintendência de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (Sipad).

 

Feira do Livro e Semana Literária

A XVII Feira do Livro Editora UFPR e a 38ª Semana Literária & Feira do Livro Sesc ocorre de 23 a 28 de setembro, na Praça Santos Andrade, de segunda a sexta, das 10h às 20h, e sábado, das 10h às 14h. Devem participar 27 expositores, entre editoras universitárias e comerciais.

A realização é da Editora UFPR e do Serviço Social do Comércio (Sesc) Paraná. O principal objetivo é popularizar o livro e incentivar a leitura.

Por Chirlei Kohls
Parceria Superintendência de Comunicação e Marketing (Sucom) e Agência Escola de Comunicação Pública e Divulgação Científica e Cultural da UFPR

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/ufpr-realiza-1o-festival-de-ciencia-cultura-e-inovacao-com-atividades-gratuitas-e-abertas-ao-publico-em-setembro/

Plástico ou papel: qual sacola é menos prejudicial ao meio ambiente?

Uma cadeia britânica de supermercados está aumentando o preço de suas sacolas plásticas reutilizáveis como um teste e introduzindo uma versão em papel. Os sacos de papel estarão disponíveis em apenas oito lojas da Morrisons, como parte de uma experiência de dois meses. A rede disse que a redução do plástico era a principal preocupação ambiental de seus clientes.

Os sacos de papel continuam populares nos Estados Unidos, mas caíram em desuso nos supermercados do Reino Unido nos anos 1970, uma vez que o plástico era visto como um material mais durável.

Mas as sacolas de papel são mais amigáveis ao meio ambiente do que as de plástico?

Antes de responder, é preciso saber:

  • Quanta energia é usada para fazer a sacola?
  • Quão durável ela é? (Ou seja, quantas vezes pode ser reutilizada?)
  • Quão fácil é reciclá-la?
  • Com que rapidez ela se decompõe se for jogada fora?

‘Quatro vezes mais energia’

Em 2011, um trabalho de pesquisa produzido pela Assembleia da Irlanda do Norte constatou que é necessário “quatro vezes mais energia para fabricar um saco de papel do que para fabricar um saco plástico”.

Ao contrário dos sacos de plástico (que o relatório diz serem produzidos a partir do refugo de produtos de refino de petróleo), o papel exige que florestas sejam cortadas. O processo de fabricação, de acordo com a pesquisa, também produz uma maior concentração de produtos químicos tóxicos em comparação com a fabricação de sacolas plásticas descartáveis.

Sacos de papel também pesam mais que o plástico: isso significa que seu transporte exige maiores esforços, aumentando sua pegada de carbono, acrescenta o estudo.

Segundo a rede de supermercados Morrisons, o material usado para fabricar seus sacos de papel será 100% proveniente de florestas que são gerenciadas com responsabilidade.

E é preciso considerar que, se novas florestas forem cultivadas para substituir árvores perdidas, isso ajudará a compensar o impacto da mudança climática, porque árvores armazenam o carbono da atmosfera.

Durabilidade X Impacto

Em 2006, a Environment Agency (EA, órgão do governo britânico que trabalha para melhorar e proteger o meio ambiente) examinou uma variedade de sacolas feitas de diferentes materiais para descobrir quantas vezes elas precisariam ser reutilizadas para ter uma contribuição ao aquecimento global menor do que uma sacola plástica de uso único.

O estudo descobriu que os sacos de papel precisavam ser reutilizados pelo menos três vezes, uma a menos do que as sacolas de plástico duráveis (que precisariam ser usadas quatro vezes).

No outro extremo do espectro, a EA constatou que os sacos de algodão exigiam o maior número de reutilizações, 131. Isso se deve à alta quantidade de energia usada para produzir e enriquecer o fio de algodão.

Mas mesmo que um saco de papel requeira o menor número de reutilizações, há uma consideração prática: ele durará o suficiente para sobreviver a três viagens ao supermercado?

Sacos de papel não são tão duráveis quanto as sacolas de plástico reutilizáveis, sendo mais propensos a rasgar, especialmente se forem molhados.

Em sua conclusão, a agência do governo britânico diz que “é improvável que a sacola de papel possa ser regularmente reutilizada no número necessário de vezes devido a sua baixa durabilidade”.

A rede Morrisons insiste que não há razão para que sua sacola de papel não possa ser reutilizada tantas vezes quanto a de plástico, embora isso dependa de como a sacola é tratada pelo cliente.

As sacolas de algodão, apesar de usarem mais carbono em sua fabricação, são as mais duráveis e terão uma vida muito mais longa.

Apesar de sua baixa durabilidade, uma vantagem do papel é que ele se decompõe muito mais rapidamente do que o plástico e, portanto, é menos provável que seja uma fonte de lixo e represente um risco para a vida selvagem.

O papel também é mais amplamente reciclável, enquanto os sacos plásticos podem levar entre 400 e 1.000 anos para se decompor.

Afinal, qual é melhor?

As sacolas de papel requerem um número um pouco menor de usos do que as de plástico reutilizáveis para tornaram-se mais ecologicamente corretas do que as sacolas plásticas descartáveis.

Por outro lado, sacos de papel são menos duráveis do que outros tipos. Portanto, se os clientes tiverem que substituir suas sacolas com mais frequência, causarão um dano ambiental maior.

Além de todas essas variáveis, a chave para reduzir o impacto de todas as sacolas – não importa do que sejam feitas – é reutilizá-las o máximo possível, diz Margaret Bates, professora de gestão sustentável de resíduos na Universidade de Northampton, na Inglaterra.

Muitas pessoas esquecem de levar suas sacolas reutilizáveis nas viagens semanais ao supermercado e acabam tendo que comprar mais no caixa, diz.

Isso terá um impacto ambiental muito maior comparado com a escolha entre papel, plástico ou algodão.

 

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47065644

Estudantes da UFPB criam foguete para reflorestamento

Estudantes que integram o Clube de Astronomia e Astrofísica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) estão desenvolvendo um foguete para reflorestamento. O dispositivo é feito de material reciclado. A ideia é que, ao lançá-lo no ar, o projétil dispare, em determinada altura, sementes sobre área desmatada.

“O projeto está sendo desenvolvido para deixar o foguete o mais simples e sustentável possível. Para sua construção, usamos garrafa PET, fita adesiva e água para impulsionar o lançamento”, conta Renan Aversari, integrante do clube. Após o lançamento, o foguete é recolhido para reutilização.

Um dos principais desafios, segundo o estudante, é o plantio, porque as sementes soltas pelo foguete ficam na superfície do solo. “Queremos criar um sistema no qual as sementes já estejam envolvidas com argila e adubo, tendo os nutrientes necessários para germinação”.

Os alunos também têm tomado cuidado na hora de selecionar os grãos, para não introduzir espécies invasivas, que modifiquem o ecossistema local. A base do foguete, confeccionada com madeira, canos de PVC e parafusos, poderá funcionar sem energia elétrica. “Assim, será possível dispensar fontes de energia, tomadas, e levá-la para qualquer lugar”.

Após os testes, serão ofertadas oficinas de montagem dos foguetes e ações socioambientais de replantio para alunos de escolas públicas e privadas. Site com tutorial para ensinar a montar o projétil e realizar reflorestamento por conta própria também deverá ser lançado.

Bruna Ferreira | Ascom/UFPB

 

Fonte: https://www.ufpb.br/ufpb/contents/noticias/estudantes-da-ufpb-criam-foguete-para-reflorestamento

Etiópia planta 350 milhões de mudas de árvores em apenas 12 horas

A Etiópia acaba de quebrar o recorde mundial de maior plantio de mudas de árvores em um único dia: 350 milhões de mudas!

O recorde anterior, que pertencia à Índia, foi superado em 5 vezes.

Naquela ocasião, em julho de 2017, voluntários e autoridades indianas plantaram pouco mais de 66 milhões de mudas em 12 horas (relembre aqui).

Desta vez, em julho de 2019, o povo etíope plantou 350 milhões de mudas em 12 horas.

O evento de plantação de árvores foi orquestrado pelo primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, como parte de sua iniciativa “Legado Verde” para restaurar a vegetação natural da nação africana.

De acordo com a BBC, um estudo da ONU constatou que a cobertura florestal da área territorial da Etiópia havia diminuído de 35% no século passado e para 4% neste século.

O primeiro-ministro espera combater os (crônicos) problemas de desmatamento do país plantando pelo menos 4 bilhões de árvores nativas antes de outubro de 2019.

Até agora, as autoridades dizem ter plantado um total de 2,6 bilhões de mudas em todo o país.

Embora o novo recorde mundial ainda não tenha sido oficialmente confirmado pelo Guinness Book of Records, o gabinete do primeiro-ministro disse à Associated Press que a organização tem ajudado a contabilizar a contagem final de árvores.

Fonte: https://razoesparaacreditar.com/meio-ambiente/etiopia-recorde-plantio-arvores/

Pesquisas da UFPR podem resultar em novas vacinas e kits diagnósticos para doenças

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve três projetos aprovados no edital de apoio à infraestrutura de pesquisa em áreas temáticas do Fundo de Infraestrutura (CT-Infra), da Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), em dezembro do ano passado. Ao todo, o edital contempla cinco áreas: Biotecnologia, Ciências Biomédicas, Engenharias, Ciências Sociais e Nanotecnologia. Confira uma série de matérias sobre os projetos submetidos pela Universidade.

O projeto da área de Biotecnologia da UFPR receberá recursos destinados à manutenção da infraestrutura já existente e para a aquisição de três novos equipamentos para os laboratórios, que atendem a 17 programas de pós-graduação, além de estudantes e pesquisadores de outros países. A proposta é desenvolver uma plataforma integrada para obtenção em larga escala de sequências de DNA e moléculas bioativas a partir da aprovação em chamada públicado Fundo de Infraestrutura (CT-Infra) da Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep). As pesquisas podem resultar no desenvolvimento de novas vacinas e kits diagnósticos para diversas doenças.

Algumas das áreas atendidas pela aquisição dos novos equipamentos envolvem pesquisas relacionadas a doenças hereditárias raras, câncer, neurobiologia, células-tronco, entre outras. Os principais setores industriais impactados pelos estudos são a área agrícola e a indústria farmacêutica.

Algumas das áreas atendidas no projeto envolvem pesquisas relacionadas a doenças hereditárias raras, câncer, neurobiologia, células-tronco, entre outras. Foto: Samira Chami Neves, 2016/Sucom-UFPR

 

De acordo com o projeto desenvolvido por pesquisadores da UFPR, os novos equipamentos geram impacto na área econômica, pois permitirão pesquisas realizadas com insumos nacionais, garantindo a transferência de tecnologia para o setor privado, bem como a geração de novas patentes e a redução de gastos com a importação de matéria-prima. Dados de 2017 do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) mostram que a UFPR realiza, em média, 49 depósitos de patente por ano.

Os três novos equipamentos que devem ser adquiridos permitem um aumento na taxa de descobertas de novos genes e de suas funções em diferentes organismos, a transferência de genes de interesse em células para sua expressão e a separação de produtos gênicos em larga escala.

Os 17 programas de pós-graduação da UFPR participantes do projeto são Bioprocessos e Biotecnologia; Bioquímica; Biologia Celular e Molecular; Farmacologia; Genética; Microbiologia, Parasitologia e Patologia; Fisiologia; Ciências Farmacêuticas; Química; Engenharia Química; Botânica; Bioinformática; Zoologia; Ecologia e Conservação; Entomologia; Medicina Interna; e Veterinária.

Por Vinicius Fin Valginhak
Sob supervisão de Chirlei Kohls
Parceria Superintendência de Comunicação e Marketing (Sucom) e Agência Escola de Comunicação Pública e Divulgação Científica e Cultural da UFPR

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/pesquisas-da-ufpr-podem-resultar-em-novas-vacinas-e-kits-diagnosticos-para-doencas/

Após décadas de proteção, recifes de corais havaianos retornam à sua antiga glória

Por décadas, a pesca predatória e as redes de arrasto devastaram uma imensa área de recifes de corais na região do Havaí. Dezenas de quilômetros quadrados de corais foram destruídos, afetando a comunidade ecológica e bio-marinha.

Felizmente, agora, depois de anos de proteção e zelo cumpridos sob mandato federal, os cientistas veem sinais promissores de que essa área – conhecida como Cadeia de Montes Navais do Imperador Havaiano – voltou a ser ecologicamente fértil e está recuperando o que se perdeu muito rapidamente.

Por causa crescimento lento dos corais e esponjas, os cientistas levantaram a hipótese de que essas áreas, quando exploradas, levariam séculos para se regenerar.

“No entanto, a teoria caiu por terra, pois em menos de cinquenta anos, boa parte dos recifes de corais cresceu e prosperou”, disse o professor adjunto de Oceanografia da Universidade Amy do Estado da Flórida, Baco Taylor.

“Recentemente, exploramos esses locais para ver se havia algum sinal de recuperação. Ficamos surpresos ao encontrarmos evidências muito sólidas de que diversas espécies estão retornando para essas áreas.”

“Este é um excelente exemplo de como a proteção a longo prazo de áreas ambientais permite a recuperação de espécies vulneráveis”, acrescentou o professor.

Baco e sua equipe publicaram a descoberta no periódico científico Science Advances.

 

Fonte: https://razoesparaacreditar.com/meio-ambiente/recifes-corais-protecao-recuperacao/

PECCA – Programa de Educação Continuada em Ciências Agrárias

LogoPECCAUFPR

 

PECCA

Programa de Educação Continuada em Ciências Agrárias

 

O PECCA é um Programa de Educação Continuada da UFPR e há 18 anos oferece cursos a distância na área de Ciências Agrárias.

Já são mais de 5.000 alunos formados em cursos a distância, de especialização e extensão, nas áreas do Agronegócio, Ambiental e Florestal.

Pensando nos profissionais que querem se preparar para as melhores oportunidades e precisam de uma forma que se adeque ao seu tempo, o PECCA oferece os melhores cursos!

Com a metodologia EAD, sendo a modalidade de ensino que mais cresce no mundo. Você estuda onde, como e quando quiser!!!

A aprendizagem é contínua, através da troca de informações com professores e colegas de curso. Proporciona flexibilidade, de onde você estiver, basta um acesso à internet para assistir suas aulas. Você poderá se aprofundar naquilo que realmente lhe interessa.

O acesso ao conteúdo é através da plataforma de aprendizagem: com aulas gravadas, apostilas, materiais de apoio e atividades avaliativas.

Cabe ao aluno gerenciar seu tempo para assistir todos os vídeos, ler o material de apoio e cumprir os prazos das atividades propostas.

Uma vez por módulo tem uma aula ao vivo, que ocorre durante a semana após às 18h.

E são somente dois momentos presenciais: Encontro Presencial e a defesa do TCC.

 

Fazer um curso certificado por uma das mais renomadas Universidades do país, a UFPR, e com a praticidade do EAD! Este será um grande diferencial em seu currículo

No site do PECCA tem todos os cursos ofertados, com as informações a respeito de data de início, duração, conteúdo programático, professores, valor e muito mais!

Acesse agora mesmo: https://ufpr.pecca.com.br/

Qualquer dúvida estamos a disposição: pecca@pecca.com.br

(41) 3350-5787
(41) 99804-8527

Professor da UFPR participa de debate mundial sobre água a convite da Unesco

Professor Marco Tadeu Grassi, do Departamento de Química. Foto: Marcos Solivan/Sucom

O professor do departamento de Química da Universidade Federal do Paraná, Marco Tadeu Grassi, irá participar, a convite da Unesco, da Semana Mundial da Água, organizada pela Stockholm International Water Institute, em Estocolmo, na Suécia. O professor foi convidado para apresentar um diagnóstico sobre a situação da América Latina e do Caribe no painel “Poluentes emergentes na água: ameaças invisíveis à saúde e aos ecossistemas”.

Em dezembro do ano passado o professor participou, em Campinas, de um workshop do Programa Internacional de Hidrologia, também da Unesco. Representantes de mais de dez países, entre latinos e caribenhos, se reuniram para mapear o estado da arte da pesquisa e ações governamentais sobre contaminantes emergentes na região. Agora, ele representa o grupo e se reúne com especialistas de outras regiões, como África e países árabes, para encaminhar questões sobre manejo dos dos chamados poluentes emergentes e desenvolvimento de políticas públicas para o setor.

Segundo Grassi, os contaminantes emergentes têm sido bastante estudados no Brasil, “apesar da vertiginosa queda dos investimentos nos últimos quatro anos”. Segundo ele, em alguns países não há qualquer pesquisa relacionada à temática. Estes poluentes são considerados um novo desafio para o tratamento da água e do esgoto e se relacionam ao consumo e utilização de produtos farmacêuticos e de cuidado pessoal, agrotóxicos, produtos de limpeza, produtos químicos de uso industrial e microplásticos.

De acordo com o professor, que coordena o Grupo de Química Ambiental da UFPR e também é vice-coordenador do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Analíticas Avançadas (INCTAA), o mercado de fármacos e produtos de higiene e cuidado pessoal no Brasil é o segundo maior do mundo. Já com relação ao uso de agrotóxicos, o país é líder mundial. “Mas em termos de saneamento, nos assemelhamos a países não desenvolvidos e temos inúmeras deficiências, o que representa um risco”, explica.

O risco ocorre porque os poluentes ou contaminantes emergentes não são considerados na legislação ambiental atual, embora o aumento no consumo e a presença na água possam representar ecotoxicidade e efeitos ainda desconhecidos no corpo humano. “Estes produtos não são legislados, não fazem parte do monitoramento da qualidade da água”, comenta Grassi. Entre os efeitos possíveis, há desde os ecológicos até os problemas à saúde humana, já que pesquisas identificam hormônios entre os novos resíduos presentes na água.

A proposta da Unesco é discutir o assunto em profundidade com especialistas que irão apresentar resultados dos workshops regionais. O site do evento indica “um diálogo participativo e aberto que envolverá tomadores de decisão, profissionais da água e outras partes interessadas para discutir respostas políticas sobre a gestão de poluentes emergentes com base nas evidências científicas disponíveis”.

Estas medidas serão discutidas também tendo como base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, as 17 metas globais estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas, que preveem por exemplo água limpa e saneamento para todos. “Vamos falar sobre a importância do financiamento e desenvolvimento de pesquisas sobre o tema, pois há países que não têm nenhuma pesquisa, diferente do que ocorre no Brasil. Estas discussões devem contribuir para a geração e/ou aprimoramento de políticas públicas para o meio ambiente e saúde pública”, complementa.

Grassi tem participado e liderado pesquisas sobre o assunto em parceria com outros pesquisadores da UFPR e com outras instituições do Brasil. Ele será o único painelista a representar uma universidade no debate promovido pela Unesco. A Semana Mundial da Água ocorre de 25 a 30 de agosto e é considerada o principal movimento de transformação e desafios globais da água.

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/professor-da-ufpr-participa-de-debate-mundial-sobre-agua-a-convite-da-unesco/

Editora UFPR disponibiliza novos livros digitais para download gratuito; já são 32 no total

A Editora UFPR disponibilizou mais cinco livros digitais para download gratuito. Essas obras já contam com versão impressa (comercializada pela editora em seu site e na Livraria UFPR, no Campus Reitoria) e agora passam a estar disponíveis na versão digital (em formato PDF).

Para ter acesso às obras digitais, é preciso acessar o site da Editora UFPR ou a página do Repositório Digital Institucional da UFPR.

Entre as obras disponibilizadas neste momento está o livro de poesias “Itinerários”, de Thássio Ferreira, vencedor em 2018 do 1.º Concurso Literário promovido pela Editora UFPR.

A editora já disponibilizou, na soma, 32 obras para download gratuito. Entre eles, é possível destacar o “Manual de normalização de documentos científicos”, além de livros de direito, medicina, educação, história e biografias.

Acesso

Segundo a Editora UFPR, a intenção desta ação é democratizar o acesso às suas obras. Criada em 1987, a Editora UFPR tem como objetivos transformar pesquisas desenvolvidas na universidade em livros, bem como promover a aproximação entre o conhecimento acadêmico e a sociedade.

Leia mais notícias sobre a Editora UFPR neste link

Acesse notícias sobre outros e-books produzidos na UFPR aqui

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/editora-ufpr-disponibiliza-novos-livros-digitais-para-download-gratuito-ja-sao-32-no-total/

Inventário inédito realizado na UFPR vai registrar patrimônio geológico do PR

Das Cataratas do Iguaçu ao Parque Estadual de Vila Velha, passando pela ainda pouco explorada Bacia Sedimentar de Curitiba. O patrimônio geológico do Paraná, considerado rico e diversificado, está prestes a se tornar mais conhecido, inclusive por leigos. Um grupo de pesquisa de Geologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) trabalha na realização de um inventário inédito, que, quando pronto, será o segundo da história do país.

Professor Luiz Alberto Fernandes e a doutoranda Fernanda Caroline Borato Xavier; abaixo (esq), Cataratas do Iguaçu e geossítio Guabirotuba. Foto: Amanda Miranda/Divulgação.

Hoje, em escala estadual, somente São Paulo tem registros sistematizados de sua geodiversidade. A prática é mais difundida nos países europeus. E foi por lá que o estudo realizado no Grupo de Pesquisa em Geoconservação e Patrimônio Geológico começou. A partir de métodos aplicados lá fora, a pesquisadora Fernanda Caroline Borato Xavier produziu adaptações a serem aplicadas no Brasil. Sob orientação do professor Luiz Alberto Fernandes ela chegou a mais de 260 pontos de interesse.

Geossítios são lugares de interesse geológico que ajudam a explicar a formação do planeta, daí a importância de conhecê-los e conservá-los. “Um inventário é de interesse do Paraná porque não conhecemos o patrimônio geológico do estado e é preciso conhecê-lo para planejar ações de gestão”, explica Fernandes.O trabalho de Xavier consiste em adaptar os métodos utilizados fora do país, localizar os geossítios a partir de pesquisa bibliográfica, entrevistar professores e pesquisadores sobre as características e relevâncias destes pontos e ir a campo para inventariá-los. O inventário terá um ranking com avaliações sobre o interesse científico, didático, turístico e a vulnerabilidade do local.

A Bacia Sedimentar de Curitiba, transformada no Parque Paleontológico Formação Guabirotuba, será um dos destaques do inventário. Com o que já se conhece sobre o local, área de 16 hectares que é considerada um tesouro paleontológico por conta do registro de fósseis de animais vertebrados, é possível assegurar alto interesse científico e didático. “É um dos 20 lugares da América do Sul e um dos três do Brasil com vertebrados de 40 milhões de anos”, explica Fernandes. Já os pontos turísticos, como as Cataratas do Iguaçu e o Parque Estadual de Vila Velha, também serão inventariados e ranqueados.

O ranqueamento é importante para que se conheça de forma mais profunda as especificidades de cada geossítio. “Existem afloramentos que não são cênicos, não são bonitos, mas que são raros em termos científicos”, explica Xavier. Esta raridade é considerada de alto valor científico e didático, pois, a exemplo do que acontece na Bacia Sedimentar de Curitiba, registra elementos importantes para se compreender a evolução da história geológica da região. A pesquisa também irá apresentar indicadores sobre vulnerabilidade, o que pode contribuir com estratégias de conservação.

Segundo Fernandes, o inventário será constantemente atualizado com novas informações. “O inventário da pesquisa busca inovações, não aplica apenas conceitos prontos”, comenta. Por conta do seu ineditismo, poderá servir como base para pesquisas em Geologia, História, Geografia, Biologia e Paleontologia, entre outras. A preocupação didática e cultural também faz parte dos interesses do grupo, já que, uma vez conhecido o potencial científico de um sítio, será possível a criação de museus e seu potencial turístico também poderá ser explorado.

O caso da Bacia Sedimentar de Curitiba também é um bom exemplo. Localizado às margens de uma rodovia, próximo a um lixão e sem apelo cênico, o local escondia verdadeiros tesouros, com registros de fósseis como tatu gigante, marsupial carnívoro, cágado e aves gigantes. “Como este, outros locais importantes podem ser perdidos, se não tivermos um inventário do patrimônio geológico do Paraná”, destaca o professor.

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/inventario-inedito-realizado-na-ufpr-vai-registrar-patrimonio-geologico-do-pr/