Indústria de papel supera desafios econômicos no Brasil e prepara-se para voltar a crescer

Indústria de papel supera turbulência econômica.

A despeito do cenário econômico adverso que ronda o mercado nacional e gera significativos impactos à indústria brasileira, os segmentos que compõem o setor de papel continuam atuando de maneira competitiva, traçando estratégias para driblar os desafios atuais e planos para retomar o crescimento nos próximos anos.

Dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) mostram que a produção de papel somou 10,33 milhões de toneladas em 2016, resultado estável diante dos 10,35 milhões do ano anterior. Analisando os dados mais recentes da Ibá, é possível notar uma variação de – 2,2% entre a soma da produção de papel de janeiro e março últimos, que resultou em 2,54 milhões de toneladas, e a dos mesmos meses de 2016, de 2,59 milhões de toneladas.

Especificamente em relação ao papel imprensa, André Arantes, diretor geral da BO Paper – atualmente dona de fábricas de papel jornal (Pisa) e de papéis revestidos (Arapoti), apresentando uma capacidade produtiva anual de cerca de 320 mil toneladas – afirma que o segmento de papéis para publicações deve apresentar nova queda de consumo neste ano. “Ainda assim, acreditamos que o pior momento já passou.

A tendência é de pelo menos recuperação da publicidade, o que promete impactos bastante positivos ao segmento”, pondera ele. Além dos desafios tradicionais de produção e consumo de papéis para publicações, sublinha Arantes, 2016 foi fortemente afetado pelo desempenho da economia brasileira. “Certamente a crise econômica no Brasil foi o fator que mais impactou o segmento, primeiro pela redução do poder de compra das famílias, mas também pela diminuição da publicidade”, faz o retrospecto. A alta volatilidade da taxa de câmbio apareceu como mais um aspecto a gerar incertezas do ponto de vista de consumo e também de planejamento da empresa. “Nosso ano foi ainda marcado por uma forte reestruturação e integração entre as duas fábricas, logo após a conclusão da aquisição da antiga Stora Enso Arapoti”, completa Arantes sobre as atuais frentes de atuação da empresa.

Ainda de acordo com o diretor da BO Paper, a queda média de 15% no consumo interno causou impacto direto nas vendas, que, porém, acabaram sendo compensadas pelo desenvolvimento de novos produtos e pelo aumento de participação, principalmente no segmento de papel jornal. Em paralelo à estratégia de diversificação de portfólio, a empresa tem investido em qualidade e custo. “Como único fornecedor local, buscamos oferecer flexibilidade de atendimento e alto nível de serviço, contribuindo, assim, para a redução dos custos de toda a cadeia de abastecimento e permitindo que nossos clientes tenham agilidade e condições de concorrer em um mercado bastante dinâmico, como o que envolve publicidade e anúncios”, revela Arantes, frisando que a empresa tem como desafio constante baixar custos e otimizar processos logísticos.

Diante desse cenário, a BO Paper tem investido continuamente no desenvolvimento da qualidade de seus produtos, o que traz reflexos positivos também para os custos operacionais. Como exemplo, Arantes cita que a empresa investiu na resolução de gargalos na linha de produção de TMP (pasta termomecânica). “Os incrementos permitiram uma importante melhoria na qualidade do papel jornal.” Em termos de diversificação dos negócios, a empresa tem buscado a melhoria contínua na fabricação de papéis especiais para etiquetas autoadesivas.

A estratégia tem sido eficaz. “Recentemente, fomos premiados por um grande cliente global”, destaca o diretor-geral da companhia. Mais uma ação estratégica promete trazer resultados em curto e médio prazos: a recente aprovação pelo Conselho Administrativo de um investimento destinado ao desenvolvimento de uma linha de TMP independente da produção.

O produto, revela Arantes, será destinado especialmente aos produtores de papelcartão. “O foco da BO Paper tem sido – e continuará sendo – diversificação, redução de custos e serviço ao cliente. Estamos implementando projetos estratégicos nessas áreas e esperamos colher os primeiros frutos ainda neste ano, mas principalmente em 2018.” O segmento de papéis especiais também sentiu os reflexos da retração econômica enfrentada pelo Brasil em 2016. Tadeu de Souza, diretor de Negócios da MD Papéis, afirma que o ano passado foi difícil no que diz respeito às vendas. Os números registrados foram, inclusive, menores dos que os de 2015. “Embora a MD atenda a inúmeros segmentos industriais, todos apresentaram queda de demanda no ano passado, fato que impactou nossas vendas”, relata.

Ele ressalta, contudo, que o sólido trabalho encabeçado pela empresa culminou em ganhos de participação de mercado. “Isso acabou fazendo a queda não ser tão acentuada quanto a da economia brasileira – ou seja, conseguimos, de certa forma, minimizar o recuo sofrido por toda a indústria nacional com ganhos de mercado em algumas áreas em que atuamos.” Entre os segmentos que se destacaram e ganharam posição de mercado ao longo de 2016, Souza cita os ligados às áreas de construção civil e movelaria, atendidos pela linha de papéis decorativos da MD.

Leia a matéria completa na revista o papel – Revista o papel

Fonte: Celulose Online

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