Feijão: os maiores preços da história continuam

A redução da área plantada e da produção em 9% na primeira safra, a quebra da produção da segunda safra em 9,6% pelo clima adverso e a manutenção da área plantada na terceira safra explicam a redução da produção de 3,1 para 2,9 milhões de toneladas entre 2014/15 e 2015/16. Como a terceira safra ainda está no campo, basicamente de feijão de cor e caupi, é possível que a CONAB verifique uma queda da produção ainda maior.

O consumo normal do feijão soma 3,35 milhões de toneladas ao ano, ou algo próximo a 17 Kg por pessoa. Neste ano, devido aos elevados preços, será menor e a CONAB estima em 2,95 milhões de toneladas.

Os dados mostram que o abastecimento do mercado interno, neste ano, passou a depender das importações, que estão estimadas em 160 mil toneladas, praticamente o mesmo volume importado em 2015.

A redução a zero do imposto de importação para países fora do MERCOSUL tem o efeito imediato de pressionar para baixo o preço de venda do feijão Argentino para o Brasil. Neste ano, a Argentina dispõe de 130 mil toneladas e a China de 40 a 45 mil toneladas para exportar ao Brasil. Em ambos os casos apenas de feijão preto, que chega ao Brasil por preço em torno de R$ 300,00 a saca. O México e o Paraguai não têm de mercadoria disponível.

A consequência do quadro exposto pode ser observada na tabela abaixo e explica o porquê do divórcio do prato típico do brasileiro, que está pagando R$ 15,00 por 1 kg de feijão de cor. E esta situação de escassez de oferta continuará até a colheita da próxima safra de verão 2016/17, que será plantada a partir do final de agosto no Paraná.

Fonte: Eugenio Stefanelo – Massa News