Aves marinhas retornam à natureza após cuidados no Laboratório de Ecologia e Conservação da UFPR

Um gaivotão (Larus dominicanus) e uma fragata (Fregata magnificens) — também chamada de tesourão — foram reintegrados ao meio ambiente em Pontal do Paraná nesta sexta-feira (17) pelo Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) do Centro de Estudos do Mar (CEM) da UFPR, que executa no Paraná o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). As aves foram resgatadas no litoral paranaense em dezembro.

O resultado da soltura será acompanhado por biólogos e veterinários por meio da anilha que as aves receberam assim que tiveram a saúde restabelecida. “Estamos torcendo para que logo sejam avistadas alçando voos em nosso litoral”, diz a bióloga marinha e pesquisadora Camila Domit, que coordena o LEC.

 

Gaivota se recuperou aos cuidados dos Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, coordenado no Paraná pela UFPR em Pontal do Paraná. Fotos: PMP-BS/LEC/Divulgação

 

As aves marinhas fazem parte do grupo composto por 24% do total de animais resgatados pelo LEC que conseguem ficar saudáveis a ponto de poderem ser reintegrados à natureza. “O percentual pode parecer pequeno, mas considerando o estado de debilitação que animais marinhos encalham, entendemos que é expressivo e mostra um bom resultado”, avalia Camila.

Segundo o LEC, o gaivotão foi encontrado debilitado, em 20 de dezembro, provavelmente devido a intoxicação por toxina botulínica (botulismo), causada por alimento contaminado pela bactéria causadora da doença. “Esta doença possivelmente foi a causa de outros encalhes que registramos”, acredita Camila.

Já a fragata, resgatada em 30 de dezembro, foi encontrada com uma laceração na asa esquerda que a impedia de voar. O tratamento da ave durou até que essa capacidade fosse restabelecida.

Depois de receberem os cuidados médicos, as aves passaram por um período de adaptação em um recinto externo do laboratório, onde voltaram a se alimentar, alçar voos e realizar comportamentos de higienização e arrumação das penas.

Sobre o PMP-BS

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.

Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.

O PMP-BS é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. O LEC/UFPR monitora o Trecho 6 (Paraná), compreendido entre os municípios de Guaratuba e Guaraqueçaba.

Quem avistar tartaruga, golfinho ou ave marinha morta ou debilitada no litoral deve entrar em contato com a equipe através do telefone: 0800 642 3341.

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Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/aves-marinhas-voltarao-a-natureza-nesta-sexta-17-apos-cuidados-no-laboratorio-de-ecologia-e-conservacao-da-ufpr/

 

Estação-tubo serve como laboratório sobre comportamento de painéis solares orgânicos

O Grupo de Dispositivos Nanoestruturados da UFPR (DiNE) utiliza desde 2018 uma das simbólicas estações de ônibus da cidade de Curitibasune como laboratório multidisciplinar, o projeto batizado de Estação Tubo de Ensaio tem servido de suporte para testar o comportamento dos chamados Painéis Solares Orgânicos (em inglês Organic Photovoltaics – OPV) além de outras pesquisas relacionadas. O projeto, coordenado pela professora Lucimara Stolz Roman, conta com uma conta no Instagram onde são publicadas postagens de suas atividades, os pesquisadores do projeto recebem bolsas da Capes, CNPQ e também da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel).

 

Painel Solare Orgânico (OPV na sigla em inglês) instalado na Estação-tubo laboratório no Centro Politécnico – foto: Marcos Solivan

 

Os painéis solares orgânicos também foram instalados no prédio onde se localiza o Departamento de Física da UFPR – foto: Marcos Solivan

 

Os primeiros painéis foram instalados no teto da estação em agosto de 2018 e o objetivo tem sido testar a eficiência de produção de energia e a resiliência dos materiais em condições reais de uso em mobiliários urbanos, doados pela empresa Sunew/Jchebly,  que vem apoiando o projeto e é pioneira na produção deste tipo de tecnologia no Brasil. Ao todo são 28 placas instaladas no teto e mais duas nas laterais, uma por dentro do vidro e outra por fora, em torno das quais são realizados monitoramentos como a energia produzida e a medida de acúmulo de sujeira que acabam por prejudicar a geração de energia. As pesquisas envolvem pesquisadores de diversas áreas, como química e física, e das engenharias elétrica e de produção.

Segundo a Roman, a pesquisa traz informações que serão importantes em um contexto de uma expansão do uso deste tipo de tecnologia, podendo estabelecer padrões de uso mais eficientes a partir do comportamento dos painéis na estação.

Painéis orgânicos

A partir da década de 50 a química orgânica teve um grande desenvolvimento o que permitiu o surgimento da eletrônica orgânica a partir da qual se desenvolve esta nova geração de células solares.

Os painéis OPV são fabricados com compostos orgânicos utilizando nanotecnologia, em substituição do silício das placas convencionais e trazem diversas vantagens no processo de produção, instalação e versatilidade de aplicações. Podem ainda ser produzidos utilizando um tipo de impressora adaptada ao material, o DiNE também conta com este equipamento, doado pela Copel, outra apoiadora do projeto. Outra das vantagens é a possibilidade de serem impressos em materiais flexíveis, como plástico PET, tendo menor impacto ambiental que as placas comuns. Calcula-se que a produção de gás carbônico (CO2) deste tipo de painel é 10 vezes menor, contribuindo para diminuição dos gases do efeito estufa.

Outra vantagem é o seu peso, enquanto os painéis de silício pesam em média 15 quilos por metro quadrado, os painéis orgânicos pesam apenas 500 gramas, o que traz a diminuição de custos para instalação, estrutura de sustentação e transporte, permitindo inclusive que sejam coladas como adesivos em estruturas pré-existentes, como na estação. Estas células também podem ser instaladas na vertical ou horizontal, dependendo pouco do ângulo de incidência solar, o que não ocorre nas convencionais, que precisam ser instaladas em um ângulo que varia de acordo com a latitude do local. Além dessa versatilidade, os painéis tem uma vantagem estética e de aplicação, por serem um material semitransparente e absorverem os espectros ultravioleta e infravermelho podem ser utilizados como insulfilmes, podendo ainda ser produzidos em diferentes cores.

por Rodrigo Choinski

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Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/estacao-tubo-de-ensaio-fisica-paineis-solares/

Pesquisadoras da UFPR buscam a conservação de tubarões e raias do litoral do Paraná

Você sabia que quando você come cação, na verdade está consumindo um tubarão ou uma raia? Isso porque eles são do mesmo grupo: os elasmobrânquios, peixes cartilaginosos que são objeto de estudo de um grupo de pesquisadoras da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O objetivo delas é buscar maneiras de conservar essas espécies no litoral paranaense, uma vez que os animais são ameaçados pela pesca desordenada e pela falta de políticas públicas de conservação.

“Estamos falando de animais que têm um papel ecológico na manutenção do ecossistema. A retirada deles afeta a economia e o ambiente, pois pode faltar o peixe para o pescador e para outras espécies marinhas”, explica a doutoranda em Zoologia Renata Daldin Leite.

 

A raia-viola-do-fucinho-curto (Zapteryxbrevirostris), o cação-rola-rola (Rhizoprionodon Spp.) e a raia-viola (Pseudobatos Spp.) são algumas das espécies já investigadas pelo grupo. Para ter acesso aos animais, as estudantes têm contato com pescadores nativos das praias de Matinhos. A rotina depende de cada trabalho e da quantidade de peixes a serem analisados, como aponta a mestranda em Zoologia Aline Prado. “Isso depende do mar, da temperatura e das espécies, pois cada uma tem um período de ocorrência diferente no nosso litoral”. Os pescadores as avisam quando aparece alguma espécie de interesse para que consigam analisá-las, se possível, ainda vivas. “Quando se trabalha com fisiologia, você precisa do animal vivo, e em cativeiro é difícil encontrar as mesmas características da natureza”, ressalta Renata.

As coletas ocorrem na praia, junto aos pescadores. “Tiramos amostras de sangue, brânquias, gel sensorial, medimos, tiramos fotos e devolvemos ao pescador, caso esteja morto. Se estiver vivo, devolvemos ao mar”, relata Isis Cury, formada em Ciências Biológicas pela UFPR.

Com o material em mãos, as pesquisadoras continuam o trabalho na Associação MarBrasil e no Laboratóriode Fisiologia Comparativa da Osmorregulação (LFCO), do Departamento de Fisiologia. Aspectos como estresse sofrido na captura, fisiologia reprodutiva e diferença de tamanho entre machos e fêmeas são analisados para verificar a interferência na dinâmica dos animais em ambiente marinho. “Sem o trabalho de biologia básica, nós não conseguimos ter informações importantes para os planos de manejo e de conservação das espécies. Muitas delas podem usar o litoral como área de berçário e estamos pescando sem saber essa informação”, enfatiza Aline.

A interação entre as pesquisadoras e os pescadores produz uma troca positiva para os dois lados, pois o conhecimento produzido pelo grupo pode contribuir para uma pesca mais sustentável. Um exemplo são as raias-violas, que possuem duas espécies no Paraná. Embora sejam parecidas, uma é pescada comercialmente e a outra, não. Com o estudo de marcadores de estresse (obtido pelas amostras), as alunas pretendem fazer um material de boas práticas de pesca, evitando que o animal proibido volte ao mar com algum dano. Isso já foi comprovado em outra espécie, a raia-viola-do-focinho-curto, que sofre abortos e diversas lesões quando capturada na pesca.

 

Ainda que alguns elasmobrânquios sejam endêmicos do Atlântico Sul, e sejam ameaçadas por conta da pesca, as estudantes relatam que não há muitos pesquisadores na área. “As pessoas não sabem que esses animais ocorrem aqui. Muitos também falam que não têm como pesquisar, por serem tubarões. Mas não é assim. Basta ir ao mercado de peixes, conversar com os pescadores que você consegue material de estudo”, enfatiza Aline.

Todo este trabalho mostra que, além de que não confundir espécies para o consumo, é essencial entender e preservar os tubarões e raias do litoral paranaense, devido à sua importância ecologia e manutenção da saúde do nosso litoral.

Por ASPEC/UFPR

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Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/pesquisadoras-da-ufpr-buscam-a-conservacao-de-tubaroes-e-raias-do-litoral-do-parana/

Pesquisadores da UFPR desenvolvem embalagem biodegradável como alternativa para uso de sacolas plásticas

Algumas embalagens plásticas podem demorar mais de 100 anos para se degradarem. A desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) pode se deteriorar em torno de cinco meses. O Laboratório de Engenharia Bioquímica e de Biotecnologia (Lengebio) do Departamento de Engenharia Química (DEQ) atua no desenvolvimento de soluções tecnológicas e inovadoras para a sociedade. Desta vez, o estudo trabalhou com embalagens biodegradáveis.

A pesquisa intitulada “Produção de filmes biodegradáveis” é coordenada pela professora Michele Rigon Spier, do Departamento de Engenharia Química e do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Alimentos (PPGEAL) da UFPR. Segundo ela, seu grande sonho é transferir o conhecimento desenvolvido para a sociedade. “Trabalhamos para que a sociedade produza novos produtos para a geração de emprego local e regional, além de contribuir com geração de renda e produtos eco-friendly. Além disso, existe uma grande preocupação com o meio ambiente, reduzindo quantidades de embalagens plásticas que o poluem”.

 

Professora Michele Rigon Spier e estudante de pós-graduação Luis Alberto Garcia integram equipe do estudo que usa matéria-prima renovável para embalagens. Foto: Divulgação

 

O produto trata-se de uma nova alternativa aos plásticos, pois usa matéria-prima renovável e não polui o meio ambiente. Este projeto de pesquisa teve início em 2018 e encontra-se em andamento com dissertações e teses sobre o tema. O estudo alcançou resultados interessantes do ponto de vista das propriedades mecânicas dessas novas embalagens. De acordo com Michele, algumas propriedades mecânicas são similares às propriedades de filmes plásticos de petróleo, tal como o polietileno de baixa densidade (PEBD). “Os filmes que produzimos poderiam ser aplicados em filmes para recobrimento de produtos, para a produção de sacolas plásticas e mesmo para produção de sacos de armazenamento de lixo. Variando algumas propriedades, podemos inclusive produzir copos, canudos e outros recipientes plásticos”.

Para a pesquisadora, é essencial que as pessoas parem de usar sacolas plásticas oriundas do petróleo. “É importante a utilização das sacolas e outras embalagens que são naturalmente degradadas em poucos meses (até cinco), sem poluir ou desequilibrar o ecossistema, como já é comum em lugares como Europa, Estados Unidos e Canadá”.

O projeto busca apoiadores para ser levado adiante. “Precisamos do suporte institucional governamental, estadual e municipal para tornar esse sonho realidade. Outra alternativa é a iniciativa privada”, diz a professora. Além dela, dois alunos de mestrado e uma aluna de doutorado estão trabalhando nesta linha de pesquisa. O laboratório situa-se no Centro Politécnico da UFPR e é laboratório satélite do Departamento de Engenharia Química e do PPGEAL.

Por Breno Antunes da Luz
Sob supervisão de Chirlei Kohls
Parceria Superintendência de Comunicação e Marketing (Sucom) e Agência Escola de Comunicação Pública e Divulgação Científica e Cultural da UFPR

 

Fonte: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/pesquisadores-da-ufpr-desenvolvem-embalagem-biodegradavel-como-alternativa-para-uso-de-sacolas-plasticas/